O Ceará foi notificado pela direção da CBF, nesta segunda-feira, (1) por causa dos cantos homofóbicos entoados na Arena Castelão, em Fortaleza, por parte de sua torcida na partida contra o Vila Nova, em 19 de julho. O documento é uma espécie de advertência e pede que o clube explique ações que faz para que o evento não se repita.
Não houve, neste momento, pedido de investigação à procuradoria do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), o que poderia levar a julgamento e punição.
Como o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães-RJ não relatou na súmula do confronto pelo Brasileiro da Série B o ocorrido, a notificação foi feita com base em denúncia do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ. O grupo, que é a articulação nacional de torcidas LGBTQIA+, enviou à CBF reportagens feitas que relatavam os cantos homofóbicos.
Na notificação, a entidade pede que a direção do Ceará crie programas de educação contra a homofobia e outros atos discriminatórios que possam ser feitos em estádios de futebol.
O clube, antes mesmo da advertência, já tem realizado campanhas no Castelão, por meio de anúncios no telão e nos alto-falantes, contra os cantos que parte da torcida do clube entoa na Arena Castelão quando se refere aos torcedores do principal rival do Ceará, o Fortaleza.
E, na semana passada, foi realizado um encontro, na sede do clube, com a presença de membros de torcidas organizadas do Ceará, da associação nacional das uniformizadas, além de representantes do Ministério Público e das Polícias Civil e Militar, para tratar do tema.
Em um primeiro momento parece ter dado resultado. No jogo de sexta-feira passada (28), contra o Ituano, no Castelão, pela Série B, os torcedores não repetiram o canto homofóbico em nenhum momento. Tanto que nem foi necessário colocar no telão o pedido por respeito.
A direção do Ceará vai enviar à CBF um relatório com a campanha que promove, detalhes do encontro feito e imagens do jogo contra o Ituano, em que os cantos não foram entoados.