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Tribunal decide se Ceará poderá jogar a semifinal do Estadual no Castelão

Liminar não é concedida e partida contra o Maracanã será no estádio Presidente Vargas, no próximo domingo (9)

Arena Castelão, em Fortaleza

O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva-CE, Luciano Bezerra Furtado, rejeitou pedido de liminar do Ceará para poder enfrentar o Maracanã, pela volta da semifinal do Estadual, na Arena Castelão. O jogo do próximo domingo (9), às 17h (de Brasília), está mantido para o Presidente Vargas, também em Fortaleza.

Veja a tabela do Campeonato Cearense

Na decisão, Furtado alegou que o Ceará não indicou o local do confronto, como determinava a Federação Cearense de Futebol (FCF), que foi quem decidiu pelo PV após o Governo Estadual limitar o número de partidas no Castelão. Também questionou não ter recebido documentos de que poderia atuar no equipamento preferido.

Em nota, o Ceará informou que não vai tentar nova investida jurídica e jogará no Presidente Vargas, apesar de ressaltar a preferência pela Arena Castelão. A direção enviou à imprensa um documento, datado de 27 de fevereiro, em que solicita à Secretaria de Esporte do Ceará a Arena Castelão para seu mando na semifinal.

O clube deve informar em breve detalhes da venda de ingressos. Como venceu a ida por 3 a 0, o Vozão pode perder do Maracanã por até dois gols de diferença que avança à final.

A outra semifinal, entre Fortaleza e Ferroviário, que será no sábado (8), às 16h30 (de Brasília), também saiu do Castelão e foi marcada para o Presidente Vargas pela Federação Cearense de Futebol (FCF).

Uma determinação do Governo do Ceará, em portaria publicada no dia 25 de fevereiro, de que não haja jogos na Arena Castelão com um intervalo menor de 66 horas, criou um impasse, já que tanto o Vozão, quanto o Leão, querem mandar a semifinal no equipamento.

“A tabela detalhada da terceira fase da competição, divulgada em 23 de fevereiro, previa a realização das partidas nos dias 8 e 9 de março, na Arena Castelão. Diante disso, a FCF, juntamente com os clubes envolvidos, encaminhou os ofícios 012/2025, 013/2025 e 014/2025 à Secretaria do Esporte do Estado do Ceará (SESPORTE), solicitando, em caráter excepcional, a autorização para a realização das partidas no estádio”, informou, em nota, a Federação Cearense de Futebol.

Segundo a entidade, em resposta a secretaria orientou que fosse solicitado aos clubes a indicação de outro estádio para os jogos, já que o intervalo de 66 horas não seria respeitado. A FCF fez esse pedido às diretorias de Ceará e Fortaleza, em 26 de fevereiro, e não obteve resposta.

“Até o momento, não houve acordo entre os clubes e a administração da Arena Castelão para viabilizar a realização das partidas no estádio. Ressalta-se que, conforme o Regulamento Geral das Competições (RGC) da FCF e a Lei nº 14.597/2023, a responsabilidade pela definição do local das partidas cabe exclusivamente aos clubes mandantes”, escreveu os representantes da Federação.

Com isso, a FCF decidiu tirar as duas partidas do Castelão e marcá-las para o Presidente Vargas (PV), que pertence à prefeitura de Fortaleza. As datas e os horários foram mantidos:

  • 8/3 - Fortaleza x Ferroviário - 16h30 (de Brasília) - PV
  • 9/3 - Ceará x Maracanã - 17h (de Brasília) - PV

Limitação de jogos

A portaria da Secretaria do Esporte diz que a decisão visa preservar o gramado do equipamento, que foi fechado no início da temporada para uma reforma. O piso do principal estádio cearense foi criticado nos dois últimos anos, mas apresentou um bom estado neste início de 2025.

A Arena Castelão voltou a ser utilizada em 8 de fevereiro, no Clássico-Rei. O Ceará venceu o Fortaleza por 2 a 1, pelo Estadual. Depois disso, foram só quatro jogos: Fortaleza 1 x 2 Vitória, Ceará 1 x 1 Confiança, Maracanã 0 x 3 Ceará e Fortaleza 4 x 0 Ferroviário (pela Copa do Nordeste).

Secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Ceará, Chagas Vieira criticou antes da portaria, em uma rede social, a sequência de jogos que a Arena Castelão terá nos próximos dias. A administração do estádio pertence ao governo estadual.

“Estão querendo marcar cinco jogos em sete dias [são oito] na Arena Castelão. Inclusive jogos que poderiam ser no PV. E num período de chuvas intensas. Depois vêm reclamar da situação do gramado e toda crítica, inclusive nacional, recai sobre o Governo. Parceria é boa, quando é para os dois lados”, escreveu Vieira.

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Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.