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John Textor explica saída do Botafogo da Libra: ‘Cansei de esperar’

Proprietário da SAF do Botafogo, o investidor americano está no Rio de Janeiro para tratar assuntos do Glorioso

John Textor, principal investidor do Botafogo, decidiu deixar a Libra

O Botafogo não faz mais parte da Liga Brasileira de Futebol (Libra). A decisão foi tomada por John Textor, proprietário da SAF alvinegra, que negociará os diretos de transmissão do clube de forma independente, sem se juntar ao Forte Futebol, outro grupo que trabalha pela formação de um liga.

Em entrevista ao “ge”, John Textor fez críticas à gestão da Libra e "às velhas discussões” entre os dirigentes dos clubes envolvidos. Ressaltando a necessidade de buscar receitas para o Botafogo afirmou estar “cansado de esperar” e não pode mais perder dinheiro enquanto a indefinição segue.

“Vou fazer acordos comerciais com os direitos de mídia do Botafogo que são benéficos para o Botafogo. Esse é um bom exemplo do que acredito que todos os clubes deveriam fazer, os negócios individuais. Posso me juntar a outros clubes no futuro, mas não estou entrando na liga pelo futebol. Não estou esperando pela Libra. Estou cansado de esperar”, afirmou o investidor americano da SAF.

“Há uma coisa que estou esperando e que não devo esperar, que são minhas receitas de mídia, televisão. Não vou perder dinheiro para sempre esperando. Então eu vou para o meio. Posso dizer que a Libra não tem uma governança adequada para a liga. A Libra foi criada com uma diretoria e uma liderança que nem incluía todos os clubes. Acredito no modelo da Premier League, no qual todos os clubes estão representados no Conselho de Administração”, completou John Textor na sexta-feira (9).

John Textor, agora, partirá para as negociações individuais a fim de divulgar a marca do Botafogo não apenas do Brasil, mas em todo mundo. O investidor garante ter o conhecimento e a capacidade para buscar novas receitas para o clube, que, desde que a SAF foi vendida, não deu retorno ao americano.

“Prometi à organização social (do Botafogo) que investiríamos R$ 450 milhões em um período de três anos. Perdemos dinheiro todos os anos. Nossas despesas estão em cima e nossas receitas estão aqui embaixo. Perco quase US$ 50 milhões por ano construindo não apenas a equipe, mas a organização”.

Confira outras respostas de John Textor:

Saída da Libra

“Estou pronto para fazer negócio. Mas uma liga unificada não pode ter os desentendimentos que estão acontecendo entre os clubes. E a maioria deles se relaciona com uma história de que eu não fazia parte. Velhas discussões com as quais eu não tinha nada a ver, eu nem estava no Brasil.”

Receitas do Botafogo

“Não ganhamos dinheiro em matchday e não podemos aumentar demais os preços dos ingressos por causa da situação financeira do Brasil. Estamos fazendo um ótimo trabalho em patrocínios. Hoje, nossas melhores fontes de receitas são os shows de Coldplay e Taylor Swift. Em qualquer clube do mundo, o negócio é a televisão. Estou sentado aqui um ano e meio depois, fui jogado direto na Libra e nada aconteceu.”

Posição do Flamengo

“Nenhum clube grande vai simplesmente dar dinheiro para todos os clubes pequenos e subsidiar a liga. E ainda assim, o Flamengo tem sido muito flexível reduzindo, mesmo sabendo a porcentagem que eles deveriam ganhar com base no tamanho deles.”

“Eles (Flamengo) ajustaram a garantia mínima que receberiam, isso poderia impactar negativamente seus números em comparação com o que tradicionalmente obtêm com a Globo. Sei que são muito difíceis de lidar porque são grandes, bem-sucedidos e têm 40 milhões de torcedores, mas Rodolfo tem sido incrivelmente razoável como parceiro do processo e, ainda assim, perdemos todos esses prazos.”

Jornalista e correspondente da Itatiaia no Rio de Janeiro. Apaixonado por esportes, pela arquibancada e contra torcida única.

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