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Em alta na Europa, Marquinhos relembra origem humilde e pensa em retorno ao Atlético

Atacante foi eleito melhor jogador da última temporada do

Ex-Atlético, Marquinhos foi eleito o melhor jogador da temporada do Spartak Moscou, da Rússia

Mais de 10 mil km separam Moscou, capital da Rússia, e Cajari, cidade do interior do Maranhão onde nasceu José Marcos Costa Martins, mais conhecido como Marquinhos. Revelado peloo Atlético, o jogador foi eleito o melhor jogador da última temporada do Spartak comandado pelo ex-jogador que brilhou no futebol italiano, Dejan Stankovic.

Aos 25 anos, Marquinhos já passou por muitas situações de superação. Desde vencer o medo dos caranguejos morderem sua mão quando ajudava o pai na pesca até segurar a emoção de estrear no Mineirão lotado.

Hoje, Marquinhos está em seu quarto ano na Europa. É adorado pelos torcedores do Spartak, mas não deixa de lado suas origens. Ele mantém a casa humilde em que foi criado em São Luís e gosta de visitá-la nas férias para relembrar de onde veio.

“Sempre que tenho a oportunidade, gosto de levar meus filhos para eles verem de onde o pai deles saiu. Eu fico muito feliz por ter chegado onde cheguei”, conta.

O pai do jogador, Alcides, faleceu há oito meses, e Marquinhos precisou de muita resiliência para manter o foco no trabalho, que rendeu frutos. Com dois gols e 12 assistências, o brasileiro caiu nas graças da torcida do clube russo logo em sua temporada de estreia.

Embora admita que tenha recebido ligações neste meio do ano, com interesses inclusive de clubes brasileiros, ele diz ter o desejo de permanecer no Spartak e sonha com um título da liga russa com o time.

“É o maior time da Rússia, com uma torcida muito apaixonada. Eles me mandam mensagens e eu quero ser campeão com eles”, afirma.

Marquinhos no Atlético

Marquinhos chegou ao Atlético aos 14 anos e disse que o clube não o formou apenas como profissional, mas também como pessoa. Hoje, pai de duas crianças, Sofia e Marcos, o jogador manifesta gratidão ao lugar em que foi formado como atleta.

“O Atlético foi muito importante para mim. Eles cobram bastante o estudo, o comportamento. Quando cheguei no profissional, estava pronto, psicologicamente, fisicamente, como atleta e como pessoa. Me tornei um homem de casa. Sou muito grato pelo que o Atlético fez por mim”, declara.

O atacante subiu para a equipe principal do Atlético em 2017 e fez seu primeiro jogo contra a Chapecoense em 25 de junho daquele ano. Calhou de ele ser emprestado justamente para a equipe de Chapecó no ano seguinte, mas teve poucas oportunidades em Santa Catarina.

Marquinhos, então, voltou para a base do Atlético em 2019. Jogou bem o Campeonato Brasileiro Sub-20 e subiu novamente para o profissional sob o comando de Rodrigo Santana.

Pouco depois, Vagner Mancini assumiu o comando do Galo. O treinador continuou dando oportunidades à então joia da base até que chegou o momento que, para o próprio jogador, foi o mais marcante da carreira.

Marquinhos entrou no segundo tempo da partida contra o Goiás. O Atlético brigava contra o rebaixamento àquela altura do campeonato e, diante de quase 40 mil torcedores no Mineirão, o atacante, aos 20 anos, marcou o primeiro gol da vitória.

O jogador não conseguiu segurar a emoção depois daquele gol e chorou no gramado. A partida contaria ainda com mais um gol de Bruninho, que também era uma promessa da base atleticana.

“Ficou marcado. Meu pai ainda estava vivo e conseguiu ver eu realizar o maior sonho dele, que era fazer um gol como profissional. Durante a partida, eu falei com o Patrick estou querendo chorar’. Ele disse ‘não chora não, não chora não’”, relembra.

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Volta ao Galo

Em 2021, Marquinhos foi emprestado ao Botev, da Hungria, e acabou não participando do ano mais vitorioso da história do Atlético. Por outro lado, ele conquistou três vezes o Campeonato Húngaro e uma Taça da Hungria pelo Ferencvárosi, de 2022 a 2024.

Porém, mesmo de longe, o jogador acompanhou as conquistas do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil pela televisão. Atleticano declarado, Marquinhos espera um dia voltar para o clube que o formou. Mas, antes disso, o atacante quer continuar escrevendo sua história no Velho Continente.

Rômulo Giacomin é repórter multimídia da Itatiaia. Formado pela UFOP, tem experiência como repórter de cidades da Região dos Inconfidentes, e, na cobertura esportiva, passou por Esporte News Mundo, Estado de Minas, Premier League Brasil e Trivela.