Diretor de futebol do Atlético, Rodrigo Caetano contou como se sentiu diante da polêmica declaração de Eduardo Coudet sobre o seu trabalho. O dirigente e o treinador trabalharam juntos duas vezes na carreira: no Internacional e no Galo.
Em 21 de julho, após retornar ao Colorado, Coudet subiu o tom contra Caetano e, mesmo sem citar o nome do diretor, disse que foi uma “infelicidade cruzar com ele” duas vezes.
“Passei por dois clubes que não pude completar o contrato, mas sigo falando com gente de lá e estou aqui novamente. Talvez tenha tido a má sorte de cruzar com a mesma pessoa nos dois clubes. Palavra tem que cumprir. Falei que tinha uma dívida e aqui estou”, disse o treinador à época.
Nesta segunda-feira (11), em entrevista exclusiva à Itatiaia, o diretor do Atlético comentou sobre o tema e afirmou ter ficado surpreso negativamente.
“Prefiro interpretar que foi um erro. O erro dele foi dizer que teve a infelicidade de cruzar comigo duas vezes. Ele não cruzou comigo duas vezes. Quem foi contratá-lo as duas vezes fui eu. No Internacional, com mais pessoas, e, aqui, eu, Victor e Rodrigo Weber fomos lá. Ele não só aceitou, como eu fui lá buscá-lo”, declarou.
Ainda durante a entrevista, Rodrigo Caetano ponderou que representa a instituição e, que, por isso, jamais deixará de ser responsabilizado pelo cargo que exerce.
“Me surpreendeu, porque eu jamais vou expor alguém aqui e nem me eximir da responsabilidade que carrego de fazer a cobrança, seja pra atleta, funcionário ou treinador. Talvez ele esperasse que fosse sair em uma outra condição”, finalizou.
Mudança de estilo de jogo entre Coudet e Felipão
Em entrevista exclusiva à Itatiaia, Caetano afirmou que o Galo foi danificado com a saída do argentino e sofreu uma mudança brusca de estilo de jogo com a chegada de Felipão.
“Não podemos dissociar o que planejamos do fato da saída do treinador. Quando fizemos as reuniões em novembro e dezembro para definir a chegada do Coudet, a montagem do elenco passava pelo modelo de jogo dele. Fomos seguindo as diretrizes, respeitando ao máximo o orçamento do clube, mas trouxemos jogadores com características do modelo adotado, porque fizemos um contrato com ele por dois anos. A intenção era que fosse um projeto de longo prazo. Infelizmente, ele optou por sair. Fizemos um acordo com ele”, disse.
Na opinião do diretor de futebol, o Atlético vivia boa fase dentro de campo sob o comando de Coudet, mas o clube não poderia ter seguido à risca o método do treinador argentino.
Confiança no elenco do Galo e em Felipão
Na ocasião, Rodrigo Caetano também ressaltou as dificuldades financeiras do Atlético na janela de transferências. Contudo, o dirigente demonstrou confiança no elenco para conquistar uma vaga na Copa Libertadores em 2024.
“O Felipão está fazendo as adaptações conforme o elenco que tem. Não tivemos condições de fazer investimentos na janela do meio do ano. Isso prejudicou bastante. Ficamos um bom tempo sem vencer, é muito para um clube do tamanho do Galo. O que nos resta são essas 16 rodadas, precisamos nos recuperar na tabela. Sei que o torcedor já quer ouvir no planejamento para 2024, mas temos pequenas coisas a conquistar ainda este ano. Ir para a Libertadores vale muito, se ela não vier, a conta é muito pesada para o clube”, ponderou.
“Não podemos correr esse risco de projetarmos demais o ano de 2024 e tirarmos o foco deste ano. São esses jogadores, essa comissão técnica, somos todos nós que temos a responsabilidade de levar o Galo novamente para a Libertadores”, finalizou Caetano.
Atlético no Campeonato Brasileiro
Nono colocado na Série A do Campeonato Brasileiro, com 31 pontos, o Atlético enfrentará o líder Botafogo no fim de semana. As equipes vão se enfrentar no sábado (16), às 21h (de Brasília), na Arena MRV, em Belo Horizonte.