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Jogador brasileiro é demitido ao fazer comentário homofóbico sobre Marta

Clube comunicou o afastamento do atleta nessa sexta-feira (4); jogador negou e afirmou que ele mesmo pediu demissão

Morotó foi demitido do Rio Branco-ES

O atacante Morotó foi demitido do Rio Branco-ES após fazer comentários homofóbicos contra a atacante Marta. Ele havia comentado em um post que a camisa 10 da Seleção Brasileira e a namorada, Carrie Lawrence, iriam “queimar no fogo do inferno”.

O clube comunicou o afastamento do jogador nessa sexta-feira (4) e repudiou as ações do atleta. Em uma postagem nas redes sociais, o ex-atleta do Rio Branco-ES deixou um comentário dizendo que elas queimariam no fogo do inferno e questionando se “conhecem a palavra de Deus”.

Ele foi duramente criticado pelo comentário e ainda publicou um story no Instagram reforçando as falas homofóbicas. Ele comentou, ainda, que teria dito que a Seleção não se classificaria na Copa do Mundo, o que aconteceu na última quarta-feira (2), e revelou estar muito feliz pela “profecia ter acontecido”.

Após o comunicado do Rio Branco-ES, Morotó publicou um vídeo reafirmando as falas e disse que não foi afastado pelo clube, mas que ele mesmo pediu demissão. “O Rio Branco não é maior que Cristo Jesus. [...] Prefiro a morte do que pecar”, afirmou.

Pelo Rio Branco-ES, Morotó atuou em cinco jogos e marcou três gols na Copa Espírito Santo.

Veja a nota do Morotó na íntegra:

“O Rio Branco Atlético Clube repudia veementemente as declarações particulares feitas de forma exclusivamente pelo atleta Morotó, e ressalta que não compactua com falas e ações homofóbicas.

Somos um clube que há 110 anos luta contra todo o tipo de preconceito. Temos por princípios a defesa da diversidade e da igualdade. O futebol precisa ser ambiente de acolhimento e respeito, por isso sempre reforçamos nosso posicionamento contra todas as manifestações intolerantes.

Entendemos que o futebol vai muito além das quatro linhas, pois tem o poder de mobilizar as pessoas e transformar vidas, sendo instrumento para fomentar a conscientização sobre os destrutivos impactos da discriminação.

O clube vem estruturando internamente o Núcleo Capa-preta Antidiscriminação (Nucad), que visa criar estratégias e ações para engajar o clube e sua torcida em questões importantes na sociedade brasileira, como a luta contra o preconceito, promovendo transformações sociais por meio do futebol.

O clube comunica o afastamento e rescisão de contrato com o atleta.

Deixamos também nosso respeito à Marta, maior atleta de futebol feminino de todos os tempos.”

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.