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Viúvo de Walewska diz entender por que cunhado o vê como ‘culpado por morte’

Corretor de imóveis Ricardo Mendes e não hesitou ao ser perguntado se família o culpava pela morte da ex-jogadora

Viúvo de Walewska diz entender porque cunhado o considera culpado por morte

A relação entre a família de Walewska Oliveira e o marido dela, Ricardo Mendes, atraiu atenções depois que o homem não compareceu ao velório e sepultamento da ex-jogadora de vôlei. Walewska morreu na quinta-feira (21) ao cair do 17º andar do prédio em que morava em São Paulo. O corpo dela foi sepultada no sábado (23) em Belo Horizonte.

Irmão da ex-atleta, Wesley Oliveira afirmou que arcou sozinho com os custos do funeral, que não teve a presença do viúvo. Na segunda-feira (25), Ricardo se pronunciou pela primeira vez e disse ter sido barrado pela própria família “para preservar a todos pelo clima da tragédia”.

O corretor de imóveis, que era casado com Walewska há 20 anos, também conversou com a coluna de Fábia Oliveira, do Portal Metrópoles, e falou sobre a relação com a família da esposa. Ele foi muito direto quando perguntado se a família o culpava pela morte.

“A família toda não. Eu amo meus sogros, sempre tivemos um excelente relacionamento. Creio que meu cunhado [Wesley] sim. Mas entendo a dor dele. O ser humano tem que achar sempre um culpado para tudo”, afirmou Ricardo. “Será que ninguém pensa em mim? Fiquei dois dias trancado dentro de um apartamento”, completou.

Walewska trocou mensagem com o marido minutos antes de morrer

Poucos minutos antes de morrer, Walewska trocou uma última mensagem com o marido, Ricardo. Na ocasião, a ex-jogadora disse amar o esposo e comentou sobre a decisão dele de se divorciar.

Às 18h07 (de Brasília), Walewska enviou uma mensagem no WhatsApp para Ricardo com a seguinte frase: “Amo você. Mas, acho que você já tomou a sua decisão”. No mesmo minuto, Ricardo respondeu com um “Também te amo”.

De acordo com as investigações, Walewska caiu do 17º andar do prédio em que morava oito minutos após enviar a mensagem ao marido.

No Boletim de Ocorrência (B.O) sobre o caso, os militares presentes no local consideraram como “dúvida razoável” a hipótese de a campeã olímpica ter se jogado do edifício. O documento diz ainda que Walewska deixou carta “aparentemente de despedida”.

A polícia relatou que, conforme imagens de câmeras de segurança, Walewska acessou o 17º andar do condomínio às 16h50 (de Brasília) da última quinta-feira (21), no mesmo dia da morte. Ela carregava consigo uma garrafa de vinho, uma taça, uma pasta e seu celular.

A última conversa do casal no WhatsApp foi divulgada por Ricardo em entrevista ao UOL.

Relacionamento estava desgastado

Aos policiais, Ricardo afirmou que eles estavam casados há aproximadamente 20 anos, mas que o casal passava por problemas, e ele tinha a intenção de se divorciar em breve.

Além disso, conforme relato do marido, a ex-jogadora da Seleção Brasileira era “compulsiva por compras” e havia “dilapidado boa parte do dinheiro que conseguiram durante os anos de casado”.

Responsável pela investigação do caso, a Polícia Civil de São Paulo estima que o laudo final será concluído em até 30 dias após o fato.

História de Walewska

A ex-jogadora foi revelada pelo Minas, em 1995 e ficou no clube até 1998. Ela voltou ao time da capital mineira em 2014 e ficou até o ano seguinte. A meio-de-rede ainda defendeu Rexona/Ades, São Caetano, Sirio Perugia da Itália, Murcia da Espanha, Zarechie da Rússia, Vôlei Futuro, Vôlei Amil, Minas, Osasco e Praia Clube, onde encerrou a carreira em 2022.

Walewska também teve duas passagens pelo Praia Clube, de Uberlândia. A primeira foi entre 2015 e 2018, quando conquistou o título da Superliga Feminina de Vôlei pela segunda vez na carreira (ela já havia sido campeã em 2000 pelo Rexona/Ades).

A última passagem de Walewska pelo Praia Clube começou em 2019 e terminou no ano passado, quando ela anunciou a aposentadoria.

Walewska foi duas vezes campeã da Superliga (1999-2000 e 2017-18). A meio-de-rede ainda levantou as taças da Supercopa (2019, 2020 e 2021), do Troféu Super Vôlei e do Campeonato Mineiro (2019 e 2021).

Super campeã pela Seleção Brasileira

Walewska defendeu a Seleção Brasileira durante boa parte da carreira. A primeira convocação foi em 1999, com Bernardinho. No mesmo ano, ela conquistou o título dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá.

O auge da carreira de Walewska foi o título dos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, na China. Ela também ganhou a medalha de bronze nos jogos de 2000, em Atenas, na Grécia.

Ela também conquistou três vezes o título do Grand Prix de Vôlei: 2004, 2006 e 2008. Na última conquista, foi eleita a melhor bloqueadora do torneio.

Jornalista formado na PUC Minas. Experiência com reportagens, apresentação e edição de texto em televisão, rádio e web. Vivência em editorias de Cidades e Esportes.

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