O mundo do vôlei lamenta, nas últimas horas, a morte da ex-jogadora Walewska, nessa quinta-feira (21), aos 43 anos, em São Paulo. Velho conhecido da campeã olímpica, o preparador físico Fábio Correia, do Cruzeiro e da Seleção Brasileira Feminina, revelou à Itatiaia como foi a sua convivência com a central dentro e fora das quadras.
“Falar da Walewska era sempre um prazer. Trabalhei com ela na Seleção Feminina por todo o período que ficou lá com o Zé Roberto e também na equipe do Vôlei Futuro, em Araçatuba. Ela era uma jogadora que você podia fazer um contrato de 30 anos, era uma mulher espetacular, sensacional. Tinha um pensamento crítico muito importante de uma líder, de capitã. A Walewska tinha um nível de entendimento do que era preciso fazer para ser uma atleta de alto nível que era incrível”, afirmou.
De acordo com Fábio Correia, Walewska tinha uma preocupação muito grande com a alimentação e com seu corpo, no intuito de ser extremamente profissional.
“Ela se cuidava muito com a alimentação, cuidava muito do corpo, do físico. Terminava o treino da manhã e ela já ia para a piscina fazer os trabalhos dela. Uma atleta sensacional, uma das melhores que o Brasil certamente já teve”, afirmou o preparador físico.
Walewska deixa um legado
Emocionado, Fábio comentou sobre a tristeza pela morte da amiga e ressaltou que Walewska fazia valer o número que ostentava na Seleção Brasileira e nos clubes pelos quais passou.
“Uma tristeza muito grande perdê-la tão jovem, mas fica a lembrança de uma das melhores profissionais que o vôlei brasileiro já teve. A Walewska honrava a camisa que ela vestia, era a número 1", encerrou.
Morte de Walewska
Walewska Oliveira, ex-jogadora da Seleção Brasileira de Vôlei, do Minas e do Praia Clube, morreu nesta quinta-feira (21), aos 43 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada. A informação foi confirmada pela Itatiaia com pessoas próximas à família.
Walewska estava em São Paulo para a divulgação de sua biografia. Nessa quinta-feira (21), ela esteve em um evento onde apresentou o livro.
Carreira de Walewska
A ex-jogadora foi revelada pelo Minas, em 1995 e ficou no clube até 1998. Ela voltou ao time da capital mineira em 2014 e ficou até o ano seguinte. A meio-de-rede ainda defendeu Rexona/Ades, São Caetano, Sirio Perugia da Itália, Murcia da Espanha, Zarechie da Rússia, Vôlei Futuro, Vôlei Amil, Minas, Osasco e Praia Clube, onde encerrou a carreira em 2022.
Walewska também teve duas passagens pelo Praia Clube, de Uberlândia. A primeira foi entre 2015 e 2018, quando conquistou o título da Superliga Feminina de Vôlei pela segunda vez na carreira (ela já havia sido campeã em 2000 pelo Rexona/Ades).
A última passagem de Walewska pelo Praia Clube começou em 2019 e terminou no ano passado, quando ela anunciou a aposentadoria.
Walewska foi duas vezes campeã da Superliga (1999-2000 e 2017-18). A meio-de-rede ainda levantou as taças da Supercopa (2019, 2020 e 2021), do Troféu Super Vôlei e do Campeonato Mineiro (2019 e 2021).
Ela ainda conquistou o título Sul-Americano em 2021, pelo Praia Clube.
Super campeã pela Seleção Brasileira
Walewska defendeu a Seleção Brasileira durante boa parte da carreira. A primeira convocação foi em 1999, com Bernardinho. No mesmo ano, ela conquistou o título dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá.
O auge da carreira de Walewska foi o título dos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, na China. Ela também ganhou a medalha de bronze nos jogos de 2000, em Atenas, na Grécia.
Ela também conquistou três vezes o título do Grand Prix de Vôlei: 2004, 2006 e 2008. Na última conquista, foi eleita a melhor bloqueadora do torneio.