Muito pelo contrário. Desde o início do torneio continental, disputado no Recife, o revés para o time comandado por Marcelo Méndez era uma possibilidade factível. A nova realidade está posta e ficou mais evidente nessa quarta-feira (31).
O fato é que a Seleção Brasileira de Vôlei, a mais vencedora deste século e sempre considerada favorita a qualquer título que disputasse até o fim da última década, está significativamente atrás das grandes potências neste momento. A última Liga das Nações, com queda nas quartas de final após 6ª colocação na primeira fase, foi sintomática.
Aliás, Renan Dal Zotto não tem nenhum título de expressão desde que assumiu o comando do time nacional, em 2017.
Desde 2001, com a consolidação da geração de Dante, Giba, Nalbert, Ricardinho e outros craques, foram duas medalhas de ouro em Jogos Olímpicos e três títulos em Campeonatos Mundiais, além das conquistas na Liga Mundial, atual VNL. No embalo dos títulos dos profissionais no início dos anos 2000, a renovação fluía naturalmente e a base também era dominante com os títulos mundiais sub-21 em 2007 e 2009.
Neste momento, pensar em subir ao pódio nas principais competições internacionais é um sonho distante. Antes disso, será necessário conseguir a classificação para os Jogos Olímpicos de Paris. O Pré-Olímpico será disputado no Rio Janeiro entre os dias 30 de setembro a 8 de outubro
Crise nas categorias de base
Os maus resultados entre os profissionais refletem a queda de qualidade nas categorias de base da Seleção Brasileira. Antes referência na formação de atletas, o país não chega à final do Mundial Sub-21 há 10 anos. São cinco edições seguidas do torneio sem a disputa de uma final.
Do time titular que entrou em quadra na final do Sul-Americano contra a Argentina, Bruninho, Lucão, Thales, Lucarelli e Leal (formado em Cuba), já passaram dos 30 anos. Aos 29, Allan convive com lesões e não conseguiu consolidar carreira nas principais ligas do mundo. O central Judson, de 24 anos, era o mais jovem em quadra entre aqueles que começaram jogando.
Honorato, Maique, Adriano são nomes que despontaram na Superliga, mas ainda são incógnitas no cenário internacional. Fernando Cachopa sofreu com grave lesão e ainda tenta se consolidar no vôlei europeu.
Brasil em Mundiais sub-21 no século:
2001: campeão
2003: vice-campeão
2005: vice-campeão
2007: campeão
2009: campeão
2011: 5º lugar
2013: vice-campeão
2015: 4º lugar
2017: 4ª lugar
2019: 3º lugar
2021: 7º lugar
2023: 6º lugar
Brasil em Campeonatos Mundiais adultos no século:
2002: campeão
2006: campeão
2010: campeão
2014: vice-campeão
2018: vice campeão
2022: terceiro lugar
Brasil em Jogos Olímpicos no século
2004: campeão
2008: vice-campeão
2012: vice-campeão
2016: campeão
2020: 4º lugar
Brasil na Liga Mundial/VNL no século:
2001: campeão
2002: vice-campeão
2003: campeão
2004: campeão
2005: campeão
2006: campeão
2007: campeão
2008: 4º lugar
2009: campeão
2010: campeão
2011: vice-campeão
2012: 6º lugar
2013: vice-campeão
2014: vice-campeão
2015: 5º lugar
2016: vice-campeão
2017: vice-campeão
2018: 4º lugar
2019: 4º lugar
2021: campeão
2022: 6º lugar
2023: 6º lugar