“O segredo está em ‘trazer para o chão’ ideias complicadas e explicá-las de maneira simples”, defendia Feynman. Para isso, o método propõe abandonar a memorização passiva e adotar uma abordagem ativa, na qual o estudante se envolve profundamente com o conteúdo, o entende de fato e é capaz de transmiti-lo com facilidade.
A técnica Feynman parte de um princípio simples, mas poderoso: se você não consegue ensinar algo de forma simples, então ainda não entendeu completamente. A seguir, os cinco passos principais do método:
1) Escolha um tema e escreva seu nome: pode ser um conceito de física, economia ou filosofia. Isso marca o início do envolvimento ativo com o conteúdo.
2) Explique como se fosse para uma criança: utilize palavras simples e frases claras, como se estivesse ensinando a um jovem de 12 anos. Esse exercício revela rapidamente o que ainda não está claro.
3) Identifique lacunas e revise: retorne aos materiais de estudo sempre que surgirem dúvidas, com o objetivo de preencher os ‘buracos’ de compreensão.
4) Reescreva e refine: com os pontos obscuros resolvidos, reformule a explicação de forma ainda mais clara, evitando jargões.
5) Leia em voz alta e use analogias: esse passo ajuda a perceber se a explicação está fluente e coerente. Analogias também facilitam a retenção, conectando o novo conhecimento a experiências prévias.
Embora a técnica exija esforço mental e tempo, uma avaliação da Universidade de York (Reino Unido) destaca seus benefícios: compreensão aprofundada, maior capacidade de aplicar o conhecimento e facilidade para estabelecer conexões entre ideias.
Diferente de métodos que priorizam a repetição mecânica, a estratégia de Feynman valoriza o entendimento genuíno. Isso faz com que o aprendizado seja mais duradouro e útil em diferentes contextos.
Hoje, a técnica é aplicada em áreas diversas, como a formação de professores, o ensino superior, treinamentos corporativos e até a comunicação científica.