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O novo ouro verde: saiba qual o vegetal que atrai investidores, apesar da crise econômica

Crescimento da produção de alfafa destaca potencial de exportação, mas setor enfrenta entraves logísticos e climáticos

Apesar de ainda representar apenas 1,5% do mercado global de feno, a Argentina vem despertando o interesse de investidores no cultivo da alfafa, considerada por muitos como o ‘novo ouro verde’. A província de Córdoba lidera esse movimento, reunindo 610 mil hectares plantados e se consolidando como principal polo nacional de exportação, graças à sua estrutura produtiva e à presença de quatro das sete plantas de recompactação do país.

O interesse pelo setor é impulsionado pela demanda global por rações sofisticadas para pecuária intensiva, o que abre uma janela de oportunidade para o país. Segundo representantes do setor ouvidos pelo site de notícias Infobae, o mercado mundial de feno e forragens parece não ter teto, ao menos no curto prazo.

Hoje, a Argentina exporta cerca de 147 mil toneladas por ano, gerando US$ 66 milhões em receita. Contudo, especialistas afirmam que o país poderia alcançar de 800 mil a 1 milhão de toneladas anuais, com faturamento próximo de US$ 250 milhões, caso consiga superar gargalos produtivos e investir em industrialização e infraestrutura.

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O exemplo da Espanha serve como referência. Nos anos 1990, o país europeu exportava volumes semelhantes aos atuais da Argentina. No entanto, graças à instalação de cerca de 60 plantas de desidratação industrial, hoje ocupa o segundo lugar no ranking global de exportadores, atrás apenas dos Estados Unidos, que domina 58% do mercado.

Na Argentina, os principais desafios estão ligados ao clima das regiões produtoras, que demandam longas janelas sem chuva para secagem natural, além da falta de centros de armazenamento e tecnologia de desidratação. “A umidade impede que o produto atinja os padrões internacionais exigidos”, alertam técnicos do setor.

Coordenado por Gastón Urrets Zavalía, do instituto de pesquisas argentino INTA Manfredi, o clúster de alfafa de Córdoba aposta na articulação público-privada e em missões internacionais - como a prevista para novembro, à França e Alemanha - para buscar soluções e replicar experiências bem-sucedidas.

Jornalista graduado, com ênfase em multimídia, pelo Centro Universitário Una, de Belo Horizonte. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Antes, foi repórter da Revista Encontro. Escreve, em colaboração com a Itatiaia, nas editorias de entretenimento e variedades.