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Cápsula de café: substâncias do invólucro podem apresentar riscos à saúde

Compostos como o furano e o alumínio preocupam pesquisadores. Embora prático, o café em cápsula pode representar ameaça à saúde se consumido em excesso

Milhões de brasileiros recorrem diariamente às cápsulas de café pela praticidade e sabor consistente. No entanto, especialistas têm chamado atenção para riscos pouco conhecidos associados a esse método de preparo. O que poucos sabem é que a forma de preparar pode fazer toda a diferença entre uma bebida saudável e uma potencial ameaça.

Furano

O principal ponto de preocupação é o furano, um composto volátil que surge durante a torra do café. Segundo Manuel Viso, especialista em hematologia, ao site Click Grátis, este composto foi classificado como possivelmente cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde.

Enquanto o café filtrado ou expresso tradicional permite que o furano se dissipe no ar, nas cápsulas ele tende a se concentrar, aumentando sua presença na bebida. “O furano fica aprisionado no líquido e não consegue se dissipar”, explica Viso. Estudos apontam que os níveis da substância podem ser até duas vezes maiores em cafés preparados por cápsulas.

Alumínio

Outra preocupação crescente é o alumínio presente nas cápsulas, que pode migrar para a bebida, especialmente em altas temperaturas. Embora os fabricantes usem barreiras protetoras, pesquisas indicam que essas defesas podem falhar com o tempo ou o uso incorreto. A exposição prolongada ao alumínio está relacionada a distúrbios neurológicos.

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De acordo com o ClickGrátis, a Associação Brasileira da Indústria de Café reconhece os riscos e reforça que métodos tradicionais permitem melhor controle da qualidade e segurança do preparo.

Benefícios do café ainda superam os riscos

Apesar das preocupações, o café continua sendo uma bebida com inúmeros benefícios, desde que consumido com moderação. Rico em antioxidantes como ácido clorogênico e polifenóis, ele está ligado à redução do risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas e até câncer.

Entre os principais efeitos positivos estão:

  • Estímulo cognitivo, graças à cafeína
  • Proteção ao fígado, com menor risco de cirrose
  • Ação anti-inflamatória, por meio de compostos bioativos

Métodos mais seguros de preparo:

  • Café filtrado, com filtros de papel que retêm impurezas
  • Expresso tradicional, em máquinas abertas
  • Café solúvel de qualidade, com menos compostos voláteis
  • Prensa francesa e cafeteira italiana, que combinam sabor e controle

Esses métodos favorecem a dissipação de compostos nocivos e garantem a preservação dos antioxidantes.

Qual é o limite de segurança?

O risco associado ao furano torna-se relevante apenas em casos extremos, acima de 30 cápsulas por dia, segundo estudos. Para a maioria dos consumidores, o uso ocasional não representa ameaça significativa à saúde.

Ainda assim, quem consome múltiplas cápsulas diariamente deve considerar a mudança. O consumo ideal de cafeína está entre 300 a 400 mg por dia, o equivalente a 3 ou 4 xícaras de café.

Jornalista graduado, com ênfase em multimídia, pelo Centro Universitário Una, de Belo Horizonte. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Antes, foi repórter da Revista Encontro. Escreve, em colaboração com a Itatiaia, nas editorias de entretenimento e variedades.