Uma sequência de vários dias ensolarados, quentes e secos permitiu que a colheita prosseguisse quase que totalmente no norte do país. Tudo indica que a safra de grãos finos será recorde, apesar das contínuas inundações em diversos distritos da província de Buenos Aires. As informações são do portal Agrofy News.
Com base nos registros pluviométricos, novembro apresentou grande variabilidade na precipitação, com a região central sofrendo tempestades frequentes e eventos de chuva significativos, enquanto em outras partes do norte da Argentina a ausência de chuva já se faz sentir, e os primeiros sinais de La Niña são perceptíveis, com menos água e mais calor.
É o caso da região do Chaco, que teve de suportar dias com temperaturas de 38°C e muito poucas gotas de chuva nos últimos 40 dias.
Atualmente, está sendo realizado um monitoramento climático e meteorológico para observar o desenvolvimento do crescimento da soja e a maturação do milho, culturas que requerem irrigação com bastante regularidade.
No mapa do balanço hídrico disponível no perfil do solo, que apresentamos em uma sexta-feira de cada mês, vemos em vermelho solos que secaram e precisam de chuva quase urgentemente em Santiago del Estero, Chaco, norte de Santa Fé e Formosa, enquanto mais a leste e ao sul há recargas moderadas (chegando a 30%), mas sem dúvida a zona central é a que apresenta melhor situação, já que recebeu chuvas constantes desde o final de setembro.
Como serão os próximos dias?
Previsão para o fim de semana — 29 e 30 de novembro
No último fim de semana de novembro de 2025, uma perturbação significativa nas camadas médias e superiores da atmosfera deverá deslocar-se lentamente pelo centro e norte da Argentina, gerando pancadas de chuva e trovoadas em todas as regiões agrícolas e pecuárias. A precipitação é esperada desde o norte da Patagônia até o extremo norte da Argentina, com algumas áreas registrando volumes de chuva significativamente maiores do que outras.
A partir desta noite, sexta-feira, dia 28, fortes células de tempestade se reativarão em Cuyo e em partes do norte, deslocando-se lentamente para sudeste a partir da tarde. Algumas tempestades poderão produzir granizo e chuvas localizadas significativas. O ar quente e muito úmido se instalará sobre quase todas as províncias, com alta sensação térmica.
No sábado, as chuvas aumentarão de intensidade e se espalharão por Córdoba, Santa Fé, La Pampa, Buenos Aires (especialmente nas regiões central e norte) e pela região do Chaco, onde os volumes de chuva poderão ultrapassar os 50 milímetros e chegar a 100 mm ou até mais, particularmente na área central. Espera-se uma queda moderada na temperatura e ventos de leste.
A instabilidade continuará no domingo, com melhorias temporárias, mas com um novo aumento na intensidade dos fenômenos sobre Buenos Aires e o litoral, especialmente a partir do meio-dia, e as chuvas também afetarão o norte da Patagônia.
É importante ressaltar que este é um evento meteorológico de evolução lenta; portanto, a acumulação de chuva pode ser muito significativa em algumas áreas (onde as tempestades forem mais intensas), representando um risco de inundações localizadas. De acordo com os dados analisados, Santa Fé e Entre Ríos são as províncias com maior probabilidade de chuvas excessivas neste fim de semana, com acumulação que pode chegar a 150 mm.
De segunda-feira, 1º de dezembro, a sexta-feira, 5 de dezembro
A chuva e as tempestades se deslocarão para o norte ao longo da costa, especialmente em direção a Misiones e ao noroeste da Argentina. São esperados acumulados de chuva entre 30 e 100 mm, com possibilidade de volumes maiores em algumas áreas.
As condições climáticas melhorarão na região central do país, embora haja possibilidade de pancadas de chuva na zona leste de Buenos Aires, principalmente perto da costa. Espera-se uma queda moderada na temperatura, com máximas entre 20 e 27°C em todas as regiões.
De terça a quinta-feira, abre-se uma janela de estabilidade, com sol e nuvens, e temperaturas máximas subindo consideravelmente, e, na sexta-feira, dia 5, uma nova frente deixará tempestades isoladas, que permanecerão, por enquanto, estacionárias sobre essa região, sem avançar para o norte.
Precipitação total semanal
O mapa de Ventusky mostra a precipitação acumulada esperada de hoje, sexta-feira, 28 de novembro, até quinta-feira, 4 de dezembro. Os maiores acumulados, superiores a 100 mm (e significativamente maiores em algumas áreas), são esperados em Santa Fé, partes das províncias de Entre Ríos e Buenos Aires, e na zona leste de Córdoba.
As demais províncias também terão uma quantidade significativa de chuva, embora não atinjam valores extremos.
De Neuquén, La Pampa e Río Negro para o norte, todas as províncias terão alguma precipitação no final deste mês e início de dezembro, uma boa notícia para o milho e a soja.
Dezembro mais seco que o normal?
Como mencionamos no início deste artigo, diversas áreas do norte da Argentina já estão sentindo os efeitos de La Niña, com diminuição das chuvas e aumento das temperaturas. Embora sejam esperadas chuvas e temperaturas mais amenas neste fim de semana, os modelos de previsão de médio prazo, neste caso em escala mensal, preveem um dezembro mais seco que o normal em quase todas as áreas agrícolas: da região dos Pampas ao Litoral, Córdoba e à região do Chaco. Há grande probabilidade de pancadas de chuva isoladas (embora algumas tempestades sejam esperadas, como é normal para esta época do ano), mas o acumulado total de chuva deverá ficar abaixo da média (que varia de 120 a 160 mm, dependendo da região).
Somente as regiões orientais de Cuyo e NOA (próximas à cordilheira) experimentariam episódios regulares de chuvas significativas — e devemos estar vigilantes, pois, se essa condição for atendida, a chuva poderá ser acompanhada de altas temperaturas e, talvez, ondas de calor e estresse térmico para as plantações.
Existe uma grande probabilidade de que um evento La Niña leve e breve termine logo no início de 2026 e que entremos primeiro em um novo período neutro e depois em um evento El Niño, uma situação que não seria muito favorável, visto que temos sofrido com inundações em algumas áreas desde este ano.
