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Enquanto Brasil tenta reduzir jornada para 5 dias, Coreia do Sul faz pressão por jornada mais extensa; Samsung encabeça proposta

No Brasil, Lula afirmou, no dia 30 de abril, que o governo Federal irá se empenhar no debate sobre o fim da escala 6x1

Coreia do Sul quer ampliar jornada de trabalho

Que a indústria tecnológica não está em seu melhor momento não é novidade, e que a competitividade da Coreia do Sul pode levar a patamares extraordinários também não. No entanto, não deixa de ser surpreendente que, enquanto o resto dos países luta para alcançar um acordo para saltar para a semana de trabalho de quatro dias, os sul-coreanos queiram correr na direção oposta.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, no dia 30 de abril, que o governo Federal irá se empenhar no debate sobre o fim da escala 6x1, no qual o trabalhador trabalha seis dias na semana e folga apenas um

Em razão da crise da Coreia do Sul, motivada em grande medida por uma baixa produtividade potencializada pelos problemas de natalidade do país, companhias como Samsung ou Hyundai começaram a considerar a possibilidade de elevar o máximo de sua jornada de trabalho por semana para até 69 horas. Levando em conta que já possui um máximo legal de 52 horas semanais, com uma das jornadas mais extensas do mundo, as vozes contrárias não tardaram a começar a surgir.

Na Coreia do Sul, o debate está entre os quatro e os seis dias de trabalho. O “modo emergência” ativado pela Samsung em abril de 2024 destacava que diretores e gerentes passariam a trabalhar seis dias por semana para encontrar soluções para essa situação excepcional que a indústria vivenciava.

“Os executivos podem optar voluntariamente por trabalhar nos fins de semana de acordo com suas necessidades profissionais”, diz uma fonte.

Mesmo para um país cujos trabalhadores não hesitam em reconhecer que “sair às 2 ou 3 da madrugada é normal”, a decisão de novas companhias tecnológicas de se juntar à Samsung e incentivar que se trabalhe também nos fins de semana, gerou protestos por parte de sindicatos e trabalhadores da Coreia do Sul.

A situação se torna ainda mais surreal se levarmos em conta que, no mês de fevereiro passado, o líder opositor apresentou no parlamento sul-coreano um plano para instaurar a semana de trabalho de quatro dias, reduzindo o limite atual de 40 horas ordinárias e 12 extraordinárias, essas citadas 52 horas semanais, para um máximo de 36 horas semanais. Que a Samsung tenha registrado um crescimento de 23% nos lucros de sua divisão móvel após a mudança de horário faz com que, apoiado em números, essa mudança se torne muito mais difícil.

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