Protocolos de desparasitação e “receitas milagrosas”, além de associações do consumo de antiparasitárias à Lua Cheia, viralizaram nas redes sociais nos últimos meses como processos necessários para todas as pessoas. No entanto, o uso de
A Internet está cercada de informações como a de que é preciso tomar remédios antiparasitários por 30 dias, ou durante todo o ano, para limpar o organismo. Contudo, isso não corresponde à realidade. À Itatiaia, o médico gastroenterologista Mauro Jacome explicou que o “protocolo de desparasitação” pode ser recomendado para pessoas em idades e situações específicas.
“Isso depende da idade e do local em que a população vive. Neste caso, as instituições de saúde e de educação regionais já orientam a comunidade sobre esta necessidade”, destacou o médico.
Conforme a
Esses vermes causam deficiências nutricionais e ocasionam diversos sinais e sintomas gastrointestinais como náuseas, enjoos, má digestão, diarreia, dores abdominais, entre outros. De acordo com o Mauro Jacome, caso a região onde a pessoa viva não tenha uma recomendação oficial sobre o “protocolo de desparasitação” ela deve procurar o médico.
“De maneira geral, o ideal é que se não existe uma recomendação para desparasitação de rotina no local em que a pessoa vive, o paciente deve procurar um médico para uma consulta e se necessário realização de exames”, explicou à Itatiaia.
Tomar remédio de verme é melhor na Lua Cheia?
O médico explicou que uma crença popular antiga, presente em várias culturas, relaciona as fases da Lua a comportamentos biológicos (como marés ou ciclos reprodutivos de alguns animais).
“Contudo, não há evidência fisiológica de que helmintos respondam a luz lunar, ciclos gravitacionais ou ritmos circadianos de forma que modifique a infestação”, explicou. Quanto aos vermes, Mauro Jacome foi bem claro: “Não há nenhuma relação entre a desparasitação e fases da lua.”
Riscos do consumo de antiparasitários sem diagnóstico
Quando usados de forma inadequada ou em doses erradas, os antiparasitários podem ser tóximos para o fígado e rins. Além disso, o uso contínuo e descontrolado desses medicamentos pode levar também ao desenvolvimento de resistência dos parasitos, o que compromete a efetividade dos tratamentos.
“O importante é seguir as recomendações de saúde publica da sua região. Demais casos devem sempre ser analisados por um profissional médico. Medicações não devem ser usados sem orientação médica ou de saúde pública”, lembrou o médico gastroenterologista Mauro Jacome.
*Sob supervisão de Edu Oliveira