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Anvisa apreende lote de botox: médico explica riscos de usar o medicamento falsificado

Com a determinação, passa a ser proibido armazenar, comercializar, distribuir, exportar, fabricar, importar e fazer propaganda do produto

A proibição vale apenas para o lote W07310 do produto DYSPORT

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a apreensão de um lote de toxina botulínica falsificada nessa quinta-feira (29). Trata-se do lote W07310 do medicamento Dysport, usado para diversos fins, incluindo a redução de linhas de expressão e o tratamento da hiperidrose.

Com a determinação, passa a ser proibido armazenar, comercializar, distribuir, exportar, fabricar, importar e fazer propaganda do produto. A Anvisa alerta que “este lote não deve ser utilizado em hipótese alguma, já que seu conteúdo e origem são desconhecidos”.

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A medida foi tomada depois que a Beaufour Ipsen Farmacêutica Ltda., empresa dona do registro do medicamento, informou que desconhece a originalidade do lote W07310 do produto DYSPORT. Vale lembrar que falsificar e vender medicamentos falsificados é crime.

Quais são os riscos de usar ‘botox’ falsificado?

O médico dermatologista Lucas Miranda, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, alerta que usar toxina botulínica falsificada, como essa que foi apreendida, pode sérios riscos para a saúde do paciente. “Produtos falsificados não seguem os padrões rigorosos de qualidade e segurança exigidos, podendo conter substâncias desconhecidas ou perigosas”, explica.

Ele detalha que esses produtos podem causar “reações alérgicas severas; contaminação bacteriana, levando a infecções; paralisia indesejada, caso a dosagem seja inadequada ou tenha componentes errados, e gerar complicações sistêmicas, em casos graves”. Além disso, medicamentos falsificados “podem ter eficácia reduzida, já que o produto pode não conter a quantidade correta de toxina, resultando em tratamentos ineficazes”.

Como saber se o produto que o meu médico está usando é confiável?

O especialista recomenda que os pacientes busquem saber se a toxina botulínica usada no procedimento foi comprada com fornecedores autorizados e se eles tem lote e validade identificáveis. O médico também faz outro alerta: “não hesite em questionar o seu médico sobre a origem do produto e solicite visualizar a embalagem original”.

Além disso, escolher profissionais e clínicas confiáveis pode prevenir o contato com produtos de origem duvidosa. "É importante confiar no histórico e reputação do profissional e da clínica onde você está recebendo o tratamento”, orienta.

O que fazer depois do contato com medicamentos falsificados?

“Se você suspeita ter recebido uma aplicação de toxina botulínica de lote falsificado, é crucial procurar atendimento médico imediatamente, mesmo que não apresente sintomas adversos”, recomenda o médico Lucas Miranda. Ele completa dizendo que “um profissional poderá avaliar a condição e, se necessário, iniciar um tratamento adequado. Além disso, relatar o ocorrido às autoridades sanitárias pode ajudar a evitar que outras pessoas sejam afetadas”.

*Sob supervisão de Lucas Borges

Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.