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Cárie severa: saiba mais sobre doença bucal que viralizou na internet após afetar criança

A prevalência da cárie dentária aumenta devido aos hábitos alimentares errados

Viralizou nas redes sociais nesta semana o caso do pequeno Nicollas Gabriel, de 3 anos, que terá que extrair todos os dentes por causa de cárie severa. A mãe do menino foi às redes sociais relatar a demora do tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Palmas no Tocantins. De acordo com Nélia Barreto Fernandes, cirurgiã dentista e especialista em Periodontia e Saúde Integrativa, a cárie é uma doença biopsicossocial causada por um desequilíbrio na microbiota bucal. “É provocada principalmente pelo consumo em grande frequência de carboidratos fermentáveis, especialmente, mas não apenas, a sacarose, e que leva a perda de mineral nos tecidos duros do dente. A prevalência da cárie dentária aumenta devido aos hábitos alimentares errados, pois tanto a frequência de sacarose ingerida quanto a quantidade de ingestão são importantes fatores envolvidos na etiologia da doença. A nutrição é componente fundamental para a saúde bucal e tem influência direta na progressão da cárie dentária”, detalha.

No caso de Nicollas, a cárie severa corresponde à evolução da cárie precoce. “Esse estágio é caracterizado pela presença de dor dentária decorrentes do comprometimento pulpar do dente decíduo, múltiplos dentes fraturados, alterando do odor do hálito. Lesões intraósseas, como por exemplo os abcessos dentários e outras lesões pulpares, podem estar presentes. Um fator importante que deve ser levado em consideração é que ela pode ser prevenida, controlada ou mesmo revertida. Para prevenção, é necessário conhecer suas origens e os fatores que aumentam o risco para o seu desenvolvimento”, explica.

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Causas

A especialista alerta para os principais motivos da cárie precoce em crianças. “Os motivos da cárie precoce na infância são a prática de hábitos alimentares ruins, falta de atenção dos responsáveis quanto a escovação da criança e falta de orientação dos pais quanto a esses problemas. Os fatores socioeconômicos também devem ser considerados, pois influenciam no diagnóstico da doença. O controle e a reversão são possíveis caso seja diagnosticada em estágio inicial. Nesse estágio manchas brancas são observadas na superfície dos esmaltes dos dentes servindo de alerta aos pais que devem inspecionar ou realizar a higiene bucal das crianças de seus filhos diariamente. Se durante a inspeção forem notadas cavidades escurecidas, manifestações de dor quando da ingestão de alimentos ou líquidos frios e ou quentes, tais sinais devem servir de alerta. É importante ressaltar que em ambos os estágios da doença a busca de tratamento profissional se faz necessária. A evolução da doença é capaz de causar grande destruição dos dentes, ou até mesmo sua perda, podendo resultar em complicações locais, sistêmicas, psicológicas e sociais”, ressalta.

Prevenção

A especialista em Periodontia e Saúde Integrativa, Nélia Barreto Fernandes, lista algumas medidas preventivas para manter a saúde bucal das crianças em dia.

- O açúcar branco refinado e seus derivados bem como os demais carboidratos devem ser introduzidos na alimentação infantil, o mais tardiamente possível. Aqui ressalto que o estímulo cerebral provocado pelo açúcar influencia o comportamento social, o aprendizado, a cognição da criança.

-O hábito da higiene oral deve ser estabelecido após a primeira mamada. O uso de fralda limpa e ligeiramente umedecida em água filtrada é recomendado. A máxima “bons e maus hábitos se estabelecem desde a infância” precisa ser considerada

- A primeira consulta odontológica deve ser entre 6 meses e 1 ano de idade, para trabalhar os fatores de risco para a doença cárie, promovendo a educação ao núcleo familiar.

- As crianças não devem dormir mamando líquidos contendo carboidratos fermentáveis. O aleitamento materno com livre demanda deve ser evitado após a erupção do primeiro dente e a criança que dormir mamando deve ter os dentes limpos antes de ir para a cama.

- Todo o núcleo familiar deve ser aconselhado a evitar o compartilhamento r os talheres, assoprar os alimentos, colocar a chupeta do bebê na boca e beijar a criança na boca. Isso evita a transmissão vertical de microorganismos.


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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.
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