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MS reforça ações e alerta sobre doenças causadas por arboviroses; saiba sintomas e tratamentos

Vírus da dengue, febre oropouche e chikungunya circulam no país atualmente; Ministério da Saúde relembra cuidados e aleta população

De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, ao longo de 2024, houve expansão do arbovírus, chegando aos estados da Bahia e Espírito Santo.

No Brasil, todos os anos são divulgadas campanhas de combate ao mosquito Aedes aegypti na tentativa de sensibilizar e mobilizar a população para, em conjunto com as organizações de saúde, frear a epidemia existente em nosso país. Desta vez, o Ministério da Saúde alertou mais uma vez sobre os cuidados e ações para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor de diversos vírus causadores de doenças graves, como a dengue, Zika e chikungunya.

Em um comunicado divulgado, o alerta vai para as ações de prevenção e controle dessas e de outras enfermidades exigem a atuação de todas as esferas da gestão e participação ativa da população. Em Minas Gerais, o Governo anunciou um investimento de R$ 163 milhões para enfrentar a proliferação de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e pelo mosquito-pólvora. O objetivo é preparar os municípios mineiros para o período sazonal das arboviroses, que ocorre de novembro a maio.

Como parte das ações, desde 2023, a pasta coordena uma série de ações com foco no combate à dengue, por exemplo. No início de 2024, foi anunciado R$ 1,5 bilhão para apoiar estados, municípios e o Distrito Federal no enfrentamento de emergências em saúde pública. Entre as principais iniciativas, destacam-se campanhas de comunicação para conscientizar a população sobre a importância de eliminar criadouros dos mosquitos, como recipientes abertos com água parada. Desde como é feito o diagnóstico, quando buscar atendimento, até as medidas indispensáveis para eliminar o mosquito Aedes aegypti.

Mas afinal de contas, o que são as arboviroses?

De acordo com o Ministério da Saúde, as arboviroses são um grupo de doenças virais que são causadas por vírus transmitidos principalmente por artrópodes, como mosquitos, maruins e carrapatos. A palavra “arbovirose” deriva de “arbovírus”, que significa “vírus transmitido por artrópodes”. Essas enfermidades podem causar uma variedade de sintomas, desde febre leve até complicações mais sérias, sendo algumas delas potencialmente fatais.

Os principais vetores de arbovírus são os mosquitos, em particular, dos gêneros Aedes e Culex, além do inseto do gênero Culicoides, transmissor do vírus Oropouche. Eles se tornam portadores dos vírus ao picar uma pessoa infectada e, subsequentemente, passam o vírus para outras pessoas quando realizam novas picadas.

No Brasil o ciclo da febre-amarela atualmente é silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos de febre-amarela urbana foram registrados no Brasil em 1942, e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.

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O que a dengue, o zika vírus, a chikungunya e a febre oropouche têm em comum? Todas elas são consideradas arboviroses, doenças que podem ser transmitidas por insetos e aracnídeos (aranhas e carrapatos). No caso dessas três, a transmissão ocorre pela picada de mosquito, o Aedes aegypti. Esse mesmo mosquito, no seu ciclo urbano, também pode transmitir a febre-amarela.

De acordo com o entomologista da Fiocruz, especialista no mosquito Aedes aegypti, Fabiano Duarte Carvalho, não existe receita milagrosa contra o mosquito.

“Nada disso tem comprovação científica de que vai funcionar repelindo o mosquito. Apesar do Aedes aegypti ter o hábito diurno e o pernilongo comum ter hábito noturno, isso não impede que eles possam fazer essa picada fora do seu horário de preferência. Em áreas rurais, como campos e matas, é comum encontrarmos vários mosquitos, mas o transmissor da dengue, zika e chikungunya prefere os centros urbanos”, detalha o especialista.

Segundo Fabiano Carvalho, o mosquito geralmente se orienta por correntes de CO₂ que liberamos na nossa respiração e essas correntes se concentram próximas ao chão. Por isso, o mosquito costuma voar mais baixo.

Além disso, as pernas e os pés ficam desprotegidos. Às vezes, a pessoa está sentada com as pernas debaixo da mesa, local escuro, onde o mosquito fica. Ele aproveita esse momento para fazer a picada. Mas o mosquito pode picar qualquer outra parte do corpo.

Mas afinal, como diferenciar os sintomas das arbovires?

Febre OropoucheDengueChikungunya
Dor de cabeçaDor de cabeçaDores intensas nas articulações
Dor muscularDores musculares, articulares e atrás dos olhosEdema nas articulações
Dor nas articulaçõesFebreDor nas costas
NáuseaProstraçãoPrurido
DiarreiaNáusea e diarreiaNáuseas e vômitos
ProstraçãoDor de garganta
Calafrios
Diarreia ou dor abdominal

Febre-amarela

A febre-amarela, é uma doença com alta taxa de mortalidade, podendo chegar a 50% nos casos graves que evoluem com icterícia (pele e olhos amarelados) e sangramentos. Ela possui dois tipos de ciclos: silvestre e urbano. No ciclo silvestre é transmitida pela picada do mosquito Haemagogus e Sabethes em região de mata. Já no urbano, a transmissão é pela picada do mosquito Aedes aegypti.

A boa notícia é que a febre-amarela pode ser evitada com vacinação. A vacina está disponível, durante todo o ano, nas mais de 4.000 unidades de saúde em todo Estado de Minas Gerais. É segura e gratuita, sendo disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.