Quase três meses após ter sido protocolado, o requerimento que pede o convite a
Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Alexandre de Moraes, para prestar esclarecimentos na Câmara Federal, ainda não foi pautado pela Comissão de Fiscalização e Controle.
O texto, de autoria do deputado federal
Nikolas Ferreira (PL), cita uma notícia veiculada por um jornal, que teria revelado mensagens de Tagliaferro nas quais ele afirma ter medo de “ser preso ou morto” caso as informações sobre sua atuação como assessor de Moraes se tornem públicas.
O convite, no entanto, não é uma convocação. Portanto, o ex-assessor do ministro não seria obrigado a comparecer, mesmo que o requerimento fosse aprovado.
Nesta sexta-feira (4), em Belo Horizonte, Nikolas reafirmou a importância da aprovação do documento, para que Tagliaferro preste esclarecimentos aos parlamentares. “Isso não é uma birra política, não é porque eu não gosto pessoalmente do Alexandre de Moraes, mas achar que a nossa Justiça hoje está isenta é sacanagem”, disse.
O deputado citou como exemplo a ação em que o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu, que investiga a
suposta tentativa de golpe em 2022. “Falar que isso é um julgamento imparcial é colocar cinco argentinos para julgar o Pelé. Não vai dar certo. Precisamos abrir os olhos contra isso, e as pessoas têm aberto. Não é à toa que a reprovação dele [Lula] está gigantesca”, completou.
Caso Tagliaferro
A
Polícia Federal indiciou Eduardo Tagliaferro em abril de 2025 por violação de sigilo funcional com prejuízo à administração pública. A conclusão faz parte da investigação sobre o vazamento de mensagens do ministro com servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do STF.
Segundo a PF, o ex-assessor teria repassado informações sigilosas a um jornalista do jornal Folha de São Paulo, enquanto ocupava o cargo na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE.