A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (2) que não é a única autoridade a enfrentar desrespeito no Congresso Nacional. Segundo ela, aqueles que se opõem a agendas “autoritárias e negacionistas” — especialmente as que negam as mudanças climáticas — têm sido alvo de críticas e ataques. “O desrespeito às vezes é a única resposta que pessoas que não conhecem o respeito sabem oferecer”, declarou Marina à imprensa, após sessão na Câmara em que foi alvo de manifestações contrárias.
A ministra mencionou outros integrantes do governo que também passaram por situações semelhantes, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e a ex-ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Durante o debate, Marina afirmou que apresentou dados sobre as ações ambientais do governo, incluindo a redução de mais de 77% no desmatamento. Ela ressaltou que seu trabalho visa contribuir até mesmo para aqueles que discordam de suas propostas, em referência a parlamentares bolsonaristas, e classificou o período dos quatro anos anteriores como “um período de apagão”.
Em outro momento, o deputado a chamou de “mal-educada”, ao que a ministra respondeu que aprendeu ser “melhor receber injustiça do que praticar injustiça”.
Histórico de conflitos
Esta não foi a primeira vez que Marina Silva enfrentou hostilidade no Congresso. No final de maio, ela deixou uma audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado após um confronto com parlamentares. A ministra havia sido chamada para discutir a criação de áreas de conservação na região Norte.
Na ocasião, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou, ao cumprimentá-la, que desejava “separar a mulher da ministra”, dizendo que a mulher “merecia respeito”, mas a ministra, não.