Lula diz que ‘interesse de poucos’ prevaleceram na derrubada do IOF e acusa Motta de descumprir acordo

Presidente defendeu ainda a judicialização da questão para garantir governabilidade

O presidente da Câmara, Hugo Motta (esq.), e o presidente da República, Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (2) que os “interesses de pouco” prevaleceram no Congresso para a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“Houve uma pressão das bets, houve uma pressão das fintechs, eu não sei se houve pressão do sistema financeiro. O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram dentro da Câmara e do Senado, o que eu acho um absurdo. E, veja, eu sou um cara agradecido ao Congresso, eu não sou um cara que tem rivalidade com o Congresso. O Congresso aprovou muitas coisas que a gente queria”, afirmou em entrevista à TV Bahia, afiliada da TV Globo em Salvador (BA).

Lula defendeu ainda a judicialização da questão para garantir sua governabilidade e acusou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de romper um acordo costurado com o Planalto.

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“Se eu não entrar com um recurso no Poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte, ou seja, eu não governo mais o país, cara. Esse é o problema. Cada macaco no seu galho. Ele legisla, e eu governo. O erro, na minha opinião, foi o descumprimento de um acordo, que tinha sido feito no domingo, à meia noite, na casa do presidente Hugo Motta. O presidente da Câmara tomou uma decisão que eu considerei absurda”, declarou.

O presidente afirmou ainda que conversará com Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), quando retornar do Rio de Janeiro, onde participa no final de semana da cúpula dos Brics. “Vamos voltar à normalidade política nesse país”, concluiu.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.

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