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‘Cenário pode ser positivo para o Brasil’, avalia Roscoe sobre tarifaço de Trump

Presidente da Fiemg avalia que, em alguns segmentos, Brasil pode se beneficiar de taxações dos Estados Unidos, uma vez que alíquota para o país é menor

O presidente da Fiemg, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Flávio Roscoe, afirmou, nesta quinta-feira (03), no primeiro dia do Imersão Indústria, que o ‘tarifaço’ imposto pelos Estados Unidos pode ser benéfico para o Brasil. À Itatiaia, Roscoe disse que a alíquota aplicada ao Brasil foi menor em relação a outros países.

“A gente está analisando o decreto de maneira mais detalhada, mas, em um primeiro momento, o Brasil ficou com as alíquotas inferiores. Então, dependendo da cadeia produtiva, isso pode ser até positivo, porque o nosso concorrente pode ter ficado com 20, com 25%. Então, em alguns segmentos, pode ter sido até positivo. Mas eu acredito que está aberto o espaço para negociação e achei muito positivo o Brasil ter ficado na faixa menos onerosa”, afirmou.

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Como o ‘tarifaço’ é calculado?

A Casa Branca, por meio do Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), adotou uma fórmula específica para calcular o chamado “tarifaço”. O método utilizado foca exclusivamente no superávit comercial de cada país com os EUA. Para determinar a tarifa aplicada, o USTR dividia o superávit comercial do país pelo total de suas exportações, obtendo uma proporção inicial.

No segundo passo, esse resultado era novamente dividido por dois. O valor final, que Donald Trump chamou de taxa “descontada”, servia como base para a sobretaxa imposta aos produtos importados do respectivo país. Dessa forma, quanto maior o superávit comercial de um país com os EUA, maior seria a tarifa aplicada sobre seus produtos.

Uma maneira mais simples de expressar esse cálculo é considerar a diferença entre as exportações e as importações americanas e dividi-la pelo total de importações. Essa abordagem alternativa resulta no mesmo valor, pois outros fatores que poderiam influenciar o cálculo, como elasticidade da demanda e variações de preços em relação às tarifas, foram ajustados de forma a não alterar o resultado final.

Inicialmente, Trump sugeriu que diversos critérios seriam levados em conta, como as tarifas que outros países cobram dos EUA e barreiras comerciais. No entanto, na prática, a fórmula final se baseou exclusivamente no déficit comercial dos Estados Unidos, deixando de lado os fatores adicionais mencionados anteriormente. Essa simplificação resultou em uma metodologia direta, mas que gerou tarifas muito diferentes entre os países.

Imersão Indústria

Entre esta quinta (3) e sexta-feira (4), acontece o Imersão Indústria 2025, que neste ano é realizado no BH Shopping. O evento tem como objetivo proporcionar uma experiência diferenciada, com mais conforto e espaços exclusivos para debates e conexões de negócios.

Entre as novidades desta edição, está a maior integração com os expositores. “Antes, não tínhamos essa área de exposição para que a indústria e toda a cadeia de fornecimento pudessem mostrar tudo o que têm a oferecer para a sociedade mineira”, afirmou Flávio Roscoe.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
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