Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão revoltados com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de solicitar que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifeste sobre um
O pedido foi feito em uma notícia-crime apresentada pela vereadora Liana Cristina (PT), do Recife. Ela acusa Bolsonaro de obstrução de Justiça, incitação contra instituições democráticas e coação no curso do processo, ao convocar manifestações em defesa da anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.
Uma eventual prisão preventiva do presidente Jair Bolsonaro é algo que não está no radar dos ministros do STF e nem da PGR. Nos bastidores, a ordem é seguir com rito processual que tornou Bolsonaro réu, na semana passada, por tentativa de golpe de estado.
Mesmo assim, aliados do ex-presidente Bolsonaro se revoltaram com a posição de Moraes de não pedir, de imediato, o arquivamento da queixa-crime.
Dos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro questionou a posição do ministro. “Vereadora do PT pede prisão do presidente Bolsonaro e, ao invés de arquivar, o psicopata manda a PGR se manifestar.Vá você peticionar a Moraes pedindo algo sobre G. Dias ou as câmeras do MJ Flávio Dino”, disse. “Ainda há quem diga que isto é democracia”, questionou o filho de Bolsonaro.
Já o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) apontou uma tentativa de obstruir a manifestação pedindo anistia aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. “Querer prender alguém por convocar manifestação é piada. Dia 06 na Paulista cada dia mais forte”, ponderou o deputado.
“O motivo alegado seria a convocação de manifestações a favor da anistia, pois isso estaria violando o estado democrático de direito.Inacreditável”, criticou o deputado Mário Frias (PL-SP).
STF é parcial, acusa Bolsonaro
Nesta quarta-feira (02), Jair Bolsonaro criticou a decisão e, em entrevista a uma rádio aliada e repetiu a tese de que o STF tem sido parcial ao julgá-lo. Ele citou um tweet de 2014 do então governador do Maranhão (e hoje ministro do STF), Flávio Dino.
“Um dos cinco que vão me julgar é o Flávio Dino (...) ele diz aqui: ‘esse disparate chamado Bolsonaro há muito tempo demanda alguma providência da Câmara, nada foi feito, então o PGR e o Supremo farão’, ou seja, ele agora está no lugar do Supremo. Quem dá uma tuitada dessa, tem isenção para me julgar? Não tem”, criticou Bolsonaro.