A ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, afirmou que o governo brasileiro segue em negociação com autoridades dos Estados Unidos para minimizar os impactos da repatriação de brasileiros deportados do país norte-americano. Segundo a ministra, apesar de o Brasil respeitar a soberania dos outros países, não pode aceitar que seus cidadãos sejam tratados de forma desumana.
“Nós continuamos em negociação com o governo americano. A gente não concorda absolutamente com as práticas de violação de direitos humanos, que muitas vezes estão sendo feitas. A gente respeita os países, sabemos que eles têm legislações próprias, mas o governo brasileiro, nessa negociação, o que nós conseguimos fazer foi diminuir o tempo de voo desses brasileiros nessas condições de algemas, tornozeleiras”, declarou à Itatiaia.
A preocupação com o tratamento dado aos repatriados se intensificou após
O Ministério das Relações Exteriores também classificou o tratamento como “degradante” e afirmou que cobrará explicações do governo americano. Macaé afirma que o Brasil tem adotado medidas para garantir um acolhimento mais digno aos deportados, incluindo a criação de programas para auxiliar na reinserção social e profissional dos repatriados.
“Estamos trabalhando com as Defensorias Públicas da União e também com o Ministério do Trabalho para que os Sines (Sistema Nacional de Emprego) estejam abertos também para receber e pensar em formas de recolocação no mercado, de formação”, explicou Macaé Evaristo. Ela destacou que, apesar dos desafios orçamentários, o Ministério dos Direitos Humanos avança em iniciativas para melhorar as condições de chegada dos brasileiros deportados.
Debates internacionais
Além das ações no Brasil, o governo tem liderado debates internacionais sobre direitos dos imigrantes. “O Brasil está fazendo uma defesa do direito humanitário para situações de guerra. Por exemplo, hoje nós temos situações de guerra em que os direitos dos civis não estão sendo garantidos, como acesso à água, acesso a medicamento”, afirmou a ministra.
O governo brasileiro diz que segue monitorando a situação e pressionando os Estados Unidos por mudanças no tratamento dos deportados. “Nós não tratamos assim no Brasil os imigrantes estrangeiros e a gente também não concorda que brasileiros sejam tratados com violação aos seus direitos humanos”, concluiu Macaé Evaristo.