Horas após o ex-presidente Jair Bolsonaro tornar-se réu por tentativa de golpe de estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, no Japão, que o ex-mandatário contribuiu para um suposto plano de assassinato contra ele e outras autoridades. Foi a primeira manifestação de Lula sobre a decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e mais sete pessoas.
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"É visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no país”, declarou Lula em coletiva de imprensa. “Ele tentou contribuir para o meu assassinato, do vice-presidente e do ex-presidente da Justiça Eleitoral. Agora, fica fazendo bravata, dizendo que está sendo perseguido”, completou.
A denúncia da PGR aponta que Bolsonaro tinha conhecimento do chamado plano “Punhal Verde Amarelo”, que visava matar Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin, além de sequestrar ou assassinar o ministro Alexandre de Moraes.
O ex-presidente também teria envolvimento em um núcleo que teria planejado um golpe de estado com apoio do Exército O núcleo era composto por ex-ministros e militares de alta patente, conforme a denúncia da PGR.
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“Não é o homem Bolsonaro que está sendo julgado. É um golpe de Estado que está sendo julgado. É a conduta desse cidadão que está sendo julgada. Então, eu penso que se ele estiver culpado, ele tem que se contentar com a punição”, disse Lula, antes de concluir. “Ao invés de chorar, caia na realidade e saiba que você cometeu um atentado contra a soberania desse país”, finalizou.
Bolsonaro nega as acusações e afirma ser alvo de perseguição política.