Apesar do silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 nomes ligados a uma suposta tentativa de golpe de estado, ministros que integram seu governo repercutiram o caso apostando em uma futura prisão de Bolsonaro.
Leia mais: Bolsonaro denunciado pela PGR: veja o que diz a imprensa internacional
Entre os 38 ministros que integram o governo, a denúncia da PGR contra o ex-presidente foi repercutida pelos petistas. Nas redes sociais, o Ministro da Secretaria-geral da Presidência, Márcio Macedo (PT) citou diretamente Bolsonaro e pediu que a Justiça seja feita.
“A Procuradoria-Geral da República acaba de denunciar Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado, abolição do estado democrático de direito e organização criminosa. Que ele responda à Justiça, lhe sendo resguardado o direito à defesa e pague por todos os crimes”, publicou.
Outro ministro petista a repercutir a denúncia foi o do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT). Também nas redes sociais, Teixeira apostou na prisão do ex-presidente.
“A denúncia é baseada na Lei em Defesa do Estado Democrático de Direito, de minha autoria. A hora do golpista pagar por seus crimes está chegando!”, comentou.
Na manhã desta quarta-feira (19), outro ministros que utilizou as redes sociais para se pronunciar sobre a denúncia contra Bolsonaro foi Luiz Marinho (PT), do Trabalho e Emprego. Ele defendeu o trabalho realizado pela PGR e pediu a prisão dos denunciados.
“A denúncia apresentada pelo procurador-geral Paulo Gonet, em nome da
PGR, se mostra consistente, robusta, articulada e juridicamente sustentada. Um passo importante para reforçar um recado que precisamos enviar todos os dias à nossa sociedade: a democracia é inegociável”, avaliou. “Que o rito siga com respeito ao devido processo legal e ao amplo direito de defesa - o que não existiria se o golpe tivesse dado certo -, e que todos os criminosos sejam presos. Ah! E anistia, NÃO!”, finalizou o ministro.
O que Lula disse?
Oficialmente, o presidente Lula (PT) ainda não se manifestou diante da denúncia contra seu antecessor na presidência. Quando o encaminhamento da denúncia para o Supremo Tribunal Federal (STF) foi revelado, o presidente participava de um jantar no Palácio do Itamaraty em homenagem à visita do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
Lula estava ao lado de Rebelo, sentado à mesa, quando recebeu a notícia através de seu ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Ciente que estava diante da imprensa, Lula não esboçou reação.
A denúncia
O ex-presidente brasileiro foi denunciado por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A acusação também inclui o ex-ministro e ex-vice de sua chapa, general Walter Souza Braga Netto, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, além do ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem.
Em nota, os advogados de Bolsonaro afirmam que receberam a denúncia “com estarrecimento e indignação” e apontam que ela não possui embasamento.