O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (4) que a recente desvalorização do dólar e a expectativa de uma safra agrícola robusta podem ajudar a conter a alta dos preços dos alimentos.
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O tema é tratado como uma das prioridades do governo Lula visto que a inflação sobre produtos como o café e a carne tem afetado o poder de compra dos brasilos e municiado as críticas da oposição.,
“Com ação do Banco Central e com a ação do Ministério da Fazenda, essas variáveis macroeconômicas se acomodam em outro patamar e isso, certamente, para favorecer. E eu estou muito confiante de que a safra desse ano, por todos os relatos que eu tenho tido do pessoal do agro, vai ser uma safra muito forte. Isso também vai ajudar”, disse a jornalistas na entrada do Ministério da Fazenda..
Haddad também destacou que a queda do dólar, de R$ 6,10 para R$ 5,80, pode favorecer o trabalho do Banco Central em controlar a inflação, que atualmente está acima do teto da meta, que é de 4,5%.
Alimentos em alta
A inflação dos alimentos tem sido uma preocupação para o governo, impactando a popularidade do presidente Lula. Diante disso, o Planalto cobrou medidas dos ministros, mas descartou medidas heterodoxas para lidar com o assunto.
Na última semana, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reforçou que ajustes no Plano Safra e ampliação de crédito para pequenos produtores podem ser alternativas. No entanto, a avaliação dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central é que o cenário de alta no preço dos alimentos deve se manter.
“Os preços de alimentos se elevaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano e da elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi. Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, revelou a ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira.