O Prefeito de Brumadinho, Gabriel Parreiras (PRD), afirma que o rompimento da barragem da Vale deixou a população da cidade doente. A declaração foi dada na tarde deste sábado (25) durante a inauguração do “Memorial Brumadinho”, na comunidade do Córrego do Feijão.
“O processo de recuperação olhado por compartimentos tem cerca de dois a três anos para atingir o ápice da primeira fase. A partir daí a gente entra com uma fase dois, chamada de diversidade. Então, esse processo ele pode levar cerca de dez anos. A recuperação de todas as áreas aqui dentro do nosso projeto, dentro da nossa iniciativa, está planejada em uma atuação segmentada por compartimentos até 2030”, afirma o prefeito.
Os relatos do prefeito sobre contaminação da população com metais pesados encontram fundamento em estudo divulgado nesta semana pela Fiocruz Minas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo a pesquisa, crianças com até seis anos avaliadas pelos pesquisadores apresentaram resultados que mostram aumento da taxa de detecção de metais na urina.
Foi detectada a presença de pelo menos um de cinco metais (cádmio, arsênio, mercúrio, chumbo e manganês) em todas as amostras analisadas.
Seis anos após o rompimento, o prefeito cobra que a mineradora repare os estragos causados pela Vale em diversos setores de Brumadinho.
“Esse processo se inicia, após o término das buscas pelas vítimas, com a retirada do rejeito. Então, com o rejeito liberado, a gente inicia o processo de desenvolvimento dos projetos e, a partir da implantação, a gente dá sequência com reconformação de terreno e conformação do relevo, reconstrução dos cursos d'água, o plantio florestal, para recobrimento da vegetação natural, e agregando algumas estruturas de atração de fauna para possibilitar a recuperação da biodiversidade”, detalha Gabriel Parreiras.
Sobre os metais pesados, a Vale afirma que realizou estudos na área impactada e não encontrou concentrações de elementos potencialmente tóxicos acima dos limites estabelecidos pela legislação. Com relação ao estudo divulgado pela Fiocruz, a Vale diz que irá avaliar, detalhadamente, os resultados apresentados.
A tragédia socioambiental da Vale, em Brumadinho, completou seis anos neste sábado.
A lama matou 270 pessoas, sendo que duas vítimas estavam grávidas.
Seis anos depois, os Bombeiros ainda buscam por três vítimas desaparecidas.
Até hoje, ninguém está preso.