Na última agenda de sua passagem pela Grande BH, nesta sexta-feira (10), a ministra da saúde, Nísia Trindade, anunciou a expansão do uso da técnica da Wolbachia, que utiliza um método científico para impedir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, para a cidade de Contagem.
De acordo com a ministra, a técnica, desenvolvida pela UFMG, já demonstrou resultados efetivos e será somada a outras ações de combate às arboviroses.
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“As tecnologias que nós anunciamos aqui hoje, que serão utilizadas em Contagem, incluem a tecnologia da Wolbachia, que já mostrou excelentes resultados, especialmente em Niterói, onde houve uma redução expressiva nos casos de dengue. Também será aplicada a tecnologia de unidades dispersoras de larvicida, que utiliza a fêmea do mosquito para disseminar o produto em locais de difícil acesso. É o uso da ciência para proteger a saúde da população”, afirmou a ministra.
A ministra ainda anunciou medidas de melhoria do atendimento na saúde com o programa Mais Acesso a Especialistas. “Esse programa visa reduzir o tempo de espera para consultas e exames. É um investimento de R$ 2,4 bilhões do governo federal. Vamos trabalhar com cinco áreas de concentração de especialidades, definidas em planos regionais de saúde”, disse.
Cobrança de Marília
Presente na agenda, a prefeita de Contagem, Marília Campos, aproveitou a oportunidade para cobrar apoio do Ministério da Saúde para finalizar obras e aprimorar o atendimento local. “Está faltando recursos para a gente reformar uma unidade de atendimento e abrir 30 novos leitos no complexo hospitalar. Não é muito recurso, algo em torno de R$ 6 a R$ 7 milhões seria suficiente para bancar essa prestação de serviço”, destacou Marília.
Outro ponto levantado pela prefeita foi a necessidade de recursos para reduzir as filas de espera por consultas e cirurgias especializadas. Segundo Marília, a demanda é alta, e mutirões poderiam ser uma solução eficaz.
“Assim como outros municípios, Contagem tem uma fila de espera nas consultas, procedimentos e cirurgias especializadas, que geralmente compramos no mercado porque o SUS aqui não consegue ofertar. Com recursos, poderíamos formar mutirões e reduzir ou até mesmo eliminar essa fila”, explicou.
Durante a agenda, Marília reforçou a necessidade de reforçar as campanhas contra a dengue. “Passado o período chuvoso, iniciaremos campanhas de limpeza e prevenção, mas precisamos de mais financiamento para oferecer uma assistência com mais qualidade”, afirmou.
O encontro também serviu para negociar a entrega de vacinas contra a dengue para a cidade. Segundo Nísia Trindade, os indicadores ainda estão abaixo do ideal. “Em Contagem, foi feita a vacinação para dentro do público escolhido, que é o público de 10 a 14 anos, e nós reforçamos que se complete com a segunda dose, que ainda foi uma vacinação de 60%. Então, estamos reforçando isso”, concluiu.