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Eleição na Câmara de BH: bancada da esquerda pode ter candidatura própria à presidência

Vereador Juliano Lopes (Podemos) é o único nome na disputa até o momento; atual líder de Fuad na Casa, Bruno Miranda aparece como possibilidade

A eleição para a presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte, que será realizada no dia 1º de janeiro de 2025, segue agitando os bastidores da Casa. Até o momento, uma única candidatura desponta como favorita no pleito: a do vereador Juliano Lopes (Podemos), nome apoiado pela família Aro, do grupo do secretário da Casa Civil do governador Romeu Zema (Novo), Marcelo Aro.

Em outubro, um vídeo de um jantar reunindo 23 vereadores da capital mineira ao lado de Juliano circulou nas redes sociais, sinalizando um possível apoio à sua candidatura. Entre os presentes, destacavam-se parlamentares da base do prefeito Fuad Noman (PSD) e da Família Aro.

No entanto, o panorama pode ter mudado desde então. Segundo apuração da Itatiaia, parlamentares do bloco de esquerda discutem a viabilidade de lançar uma candidatura própria para suceder Gabriel Azevedo (MDB) na presidência da Câmara. Nesse contexto, o nome do vereador Bruno Miranda, líder do governo Fuad na Casa, surge como alternativa.

A proposta de parte da esquerda é sustentar uma candidatura que contemple de forma equilibrada as diferentes bancadas representadas no legislativo. Apesar disso, Juliano conta com o respaldo de vereadores de partidos da direita, como o Novo e o PL, o que gera divergências entre alguns parlamentares.

“Fizemos um diálogo com os vereadores e vereadoras eleitos e estamos dialogando com o Juliano, mas também com o Bruno Miranda, que é um possível nome. A gente até topa um nome unitário, desde que a distribuição dos espaços da Câmara seja proporcional ao tamanho das bancadas. A gente não concorda que o PL ocupe espaços privilegiados na Câmara. Topamos o diálogo com o Juliano, mas não podemos ficar reféns do PL e do Novo, que já anunciaram que vão defender pautas da extrema-direita”, disse uma fonte consultada pela reportagem.

Outro vereador expressou desconforto em apoiar Juliano ao lado do Partido Liberal. “Não dá para ficar do mesmo lado do PL”, reclamou. Um terceiro parlamentar, embora negasse articulações, reconheceu a urgência da decisão: “Nas próximas semanas temos que tomar a decisão. Não tem pra onde escapar”.

As negociações continuam, seja para consolidar um nome de consenso entre os progressistas ou para definir o apoio ao único candidato oficial até agora. A reportagem tentou contato com Bruno Miranda para confirmar sua disposição de concorrer, mas não obteve resposta.

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Mudança no regimento

Além da disputa presidencial, a bancada progressista articula uma revisão no regimento interno da Câmara. A proposta busca limitar os poderes da presidência e tornar as decisões mais colegiadas.

“Estamos articulando uma mudança no regimento interno para que a Câmara seja mais colegiada e menos presidencialista. A indicação para comissões, por exemplo, fica exclusivamente pela vontade do presidente. Queremos que essas questões tenham participação proporcional das bancadas eleitas”, explicou um vereador.


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Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
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