O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, divulgou uma nota oficial manifestando preocupação com a crise institucional na Coreia do Sul. A declaração foi emitida após o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, do Partido do Poder Popular, decretar e, posteriormente, revogar a Lei Marcial no país.
No comunicado, emitido na noite de terça-feira (03), o Itamaraty destaca a expectativa de uma resolução pacífica para o conflito “com base no respeito aos direitos humanos, nas instituições democráticas e no Estado de Direito”, diz trecho da nota. Esse é o primeiro posicionamento oficial da diplomacia brasileira sobre o caso.
O texto também ressalta a importância do diálogo como instrumento para restabelecer a normalidade institucional na Península Coreana e afirma que, até o momento, não há registros de incidentes envolvendo cidadãos brasileiros no país asiático.
“O governo do Brasil manifesta sua confiança no diálogo como caminho para soluções que assegurem a normalidade institucional e a paz na região”, diz a nota oficial.
Crise política na Coreia do Sul
A crise teve início na última terça-feira, quando Yoon Suk-yeol declarou lei marcial sob o argumento de proteger o país contra movimentos “pró-Coreia do Norte” - país de regime comunista liderado por Kim Jong-un.
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A medida, considerada extrema, suspendeu direitos civis, restringiu a atuação da imprensa e das Forças Armadas, e colocou o governo sob controle militar. O Parlamento sul-coreano foi fechado e ocupado por forças de segurança logo após o anúncio.
Em pronunciamento transmitido pela televisão, o presidente afirmou que a decisão visava “proteger a República da Coreia da ameaça comunista e das forças antiestado pró-norte-coreanas que comprometem a liberdade e a ordem constitucional do país”.
O decreto de lei marcial gerou ampla repercussão internacional e foi criticado por organizações de direitos humanos. No entanto, poucas horas após sua implementação, a medida foi revogada, sem que fossem divulgados detalhes sobre o motivo da decisão.