O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, revelou que esteve na Praça dos Três Poderes horas antes da ação de Francisco Wanderley Luiz, que detonou bombas próximas à Corte, na quarta-feira (13). O homem, de 59 anos, morreu na ação, filmada pelo circuito de segurança do tribunal.
Em declaração a jornalistas, logo após a sessão plenária desta quinta (14), Barroso lamentou a necessidade de ter que reinstalar grades ao redor da Corte.
“Era uma coisa bonita que estava acontecendo em Brasília. As pessoas voltaram a caminhar pela praça. Eu mesmo fiz um passeio na Casa de Chá. Ainda bem que esse sujeito não cruzou comigo”, disse o ministro.
Na noite desta quarta, o catarinense, conhecido como “Tiü França”, detonou uma série de explosivos entre um estacionamento próximo à Câmara dos Deputados e o STF. Uma das bombas chegou a ser lançada em direção à marquise da Corte.
Francisco chegou a ser abordado pela segurança do Supremo momentos antes da detonação da segunda bomba. Em depoimento, um segurança do Supremo relatou a seguinte sequência de fatos:
1. Foram ouvidas duas explosões no sentido do estacionamento do Anexo 4 da Câmara dos Deputados.
2. O segurança, então, notou que Francisco se aproximou e ficou parado em frente à estátua da Justiça.
3. Francisco portava uma mochila e tinha atitude suspeita em frente ao monumento.
4. Francisco colocou a mochila no chão, tirou um extintor e uma blusa de dentro e lançou contra a estátua.
5. Depois disso, Francisco teria tirado artefatos da mochila.
6. Com a aproximação dos seguranças do STF, Francisco abriu a camisa e os advertiu para não se aproximarem.
7. Segurança relata que viu um objeto semelhante a um relógio digital, já acreditando ser uma bomba.
8. Francisco pega um extintor, desiste e o coloca no chão.
9. Francisco lança de dois a três artefatos, que estouram logo na sequência.
10. O segurança, que estava sozinho, pede reforço.
11. Francisco deita no chão, acende último artefato, coloca na cabeça com um travesseiro e aguarda a última explosão.
O episódio aconteceu momentos após a sessão plenária do STF desta quarta ser finalizada. Ao menos duas explosões foram registradas. Ministros e servidores foram retirados do Supremo por seguranças.
A Polícia Federal, que abriu um inquérito, já trata o caso como um ato terrorista. Francisco chegou a compartilhar em redes sociais ameaças de bomba. Em uma das mensagens ele mostrou que chegou a entrar no plenário do STF. Não há confirmação da data deste registro.