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Simões defende flexibilização da jornada de trabalho e critica PEC da escala 6 x 1: ‘vai gerar desemprego’

Governador em exercício de Minas Gerais afirma que governo deve atuar para dar mais liberdade ao trabalhador para decidir sobre a própria jornada

O governador em exercício de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), defendeu nesta terça-feira (12), durante a abertura do 7º Congresso Mineiro de Novos Gestores, em Belo Horizonte, uma legislação trabalhista mais flexível, que dê ao funcionário a liberdade de decidir sobre a própria jornada. Ele comentava sobre a criação de uma lei para acabar com a escala 6 x 1 e disse que tem visão semelhante à do governador Romeu Zema (Novo).

Para Simões, o governo precisa interferir menos na vida do cidadão. “Eu acho que nós precisamos de uma legislação mais flexível e não mais rigorosa. Legislações mais flexíveis levam a turnos de trabalho menos exigentes, ao contrário do que as pessoas imaginam. Quanto mais o governo tenta dirigir a vida do cidadão, piores são as decisões das pessoas que são governadas por esse mesmo governo”, disse.

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Para o governador em exercício, o trabalhador deveria ter o poder de montar sua própria jornada. “Ao invés da gente enrijecer a legislação trabalhista, somos a favor de partir para um país que admita jornada por hora, como o mundo inteiro admite, e aqui, infelizmente, não é admitido. Jornada intermitente mais clara, porque aqui a jornada intermitente é impraticável, ninguém consegue fazer do jeito que a legislação acabou prevendo”

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Simões também ressaltou que a proposta de reduzir a jornada de trabalho pode gerar desemprego. “A ideia de enrijecer ainda mais o sistema, como se isso fosse proteger o empregado, vai gerar desemprego ao longo do tempo. Como todas as vezes que o governo tenta substituir a manifestação individual, ele acaba fazendo. A gente precisa dar às pessoas a melhor condição de elas decidirem o tamanho da jornada que elas querem praticar. Se elas querem fazer a jornada seis por um, elas podem fazer. Mas por que eu não posso fazer uma jornada de duas horas diárias? Porque a legislação brasileira não prevê essa possibilidade”.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a redução da jornada de trabalho se encontra em fase de colheita de assinaturas para que seja discutida. São necessárias as assinaturas de 171 deputados federais. O texto prevê expediente máximo de quatro dias por semana, com oito horas diárias - totalizando 36 horas semanais, sem redução salarial.


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Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
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