O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu seus 39 ministros nesta quinta-feira (8) em uma reunião que começou às 9h40, no Palácio do Planalto. Durante a abertura do encontro, o presidente fez uma breve explanação dos temas que serão tratados na conversa e também garantiu que, por hora, não deve promover nenhuma mudança no primeiro escalão do governo.
“Em time que está ganhando a gente não mexe”, disse o presidente na abertura do encontro. A ideia de trocar algumas figuras dentro do alto escalão vinha sendo ventilada por aliados e membros do Congresso Nacional, que pregam um maior alinhamento do governo com os partidos que o apoiam no parlamento.
A reunião foi convocada pela equipe de Lula na quarta-feira (7) e incluiu todos os ministros, além dos líderes do governo no Congresso, os presidentes dos bancos públicos, do IBGE e da Petrobras.
Conforme o presidente, a reunião deverá alinhar as expectativas do governo para o restante do ano, além de orientar e atualizar os membros do governo a respeito de temas como as eleições na Venezuela, o cenário econômico, os cortes de gastos no orçamento e a relação com o Congresso Nacional. Além disso, as eleições municipais também devem entrar na pauta da conversa.
Durante a reunião, cada ministro terá cinco minutos para falar brevemente sobre a situação da pasta. O encontro é o único compromisso público na agenda do presidente nesta quinta-feira, e deve se alongar pela tarde.
Segurança Pública em debate
Na abertura da reunião ministerial, Lula falou brevemente sobre a PEC da Segurança Pública, que está sendo elaborada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Segundo Lula, o governo não pode ‘brincar’ de fazer segurança pública.
“A gente não pode brincar de fazer segurança pública. A gente sabe a dificuldade que é, a organização que está acontecendo no crime organizado nesse país, e no mundo inteiro. Porque o crime organizado virou uma multinacional de delitos, e muitas vezes estão muito à frente das polícias dos estados”, disse Lula, que seguiu.
“Então, o que a gente quer é compartilhar. A gente não quer ter ingerência e nem quer mandar, a gente quer compartilhar ações conjuntas, com uma definição concreta na Constituição do papel de cada um de nós”, disse.
A proposta de Lewandowski, que deve ser encaminhada para análise do Congresso Nacional, prevê mudanças no artigo 144 da Constituição, dando poderes à União para estabelecer as diretrizes de uma Política Nacional de Segurança Pública, que deverá ser seguida pelos estados.
Segundo Lewandowski, o presidente pretende fazer uma discussão mais ampla nos próximos dias. Ainda não há uma data para a reunião com os governadores, que deve anteceder o envio da proposta para análise do Congresso Nacional.
