Os vereadores de Belo Horizonte aprovaram 10 projetos de lei e rejeitaram um na reunião de plenário realizada nesta terça-feira (07), na Câmara Municipal. A sessão de pauta cheia é a primeira de duas reuniões marcadas para votar uma série de propostas paradas na Casa com o intuito de esvaziar a pauta.
Apesar do grande número de propostas aprovadas, um detalhe em especial chamou a atenção durante a sessão plenária: o bom clima que impera na casa. Volta e meia, vereadores de partidos ideologicamente opostos eram vistos juntos e a votação transcorreu sem maiores discussões, exceto na reta final, quando, durante discussões sobre falas do presidente Lula (PT) sobre a guerra entre Palestina e Israel, alguns vereadores trocaram farpas, que foram rapidamente resolvidas.
O cenário atual na Câmara era inimaginável há pouco tempo. Em setembro, os vereadores aceitaram a abertura de um pedido de cassação contra o presidente da Casa, Gabriel Azevedo (MDB), em uma série de sessões plenárias que ficaram marcadas por discursos de vereadores que se diziam agredidos pelo parlamentar. O processo foi arquivado em março e o caso ficou para trás.
“Todos entenderam que é preciso continuar trabalhando pela cidade. E assim estamos fazendo. Todas as últimas segundas-feiras do mês, nos reunimos, a base, a oposição e os independentes, para definirmos a pauta de votações do mês seguinte. Prioridades são elencadas e respeitadas por todos. É assim que deve funcionar uma Câmara Municipal que se quer democrática e independente do Poder Executivo”, afirmou Gabriel em contato com a Itatiaia.
O líder do governo Fuad Noman (PSD) na Câmara, Bruno Miranda (PDT), afirma que, passada a turbulência do processo, a Casa tem conseguido avançar com os projetos que estavam parados. “Acho que o que aconteceu ficou para trás e a gente agora, graças a Deus, tem avançado muito com os projetos importantes para a cidade. Temos trabalhado bastante no sentido de limpar sempre a pauta e deixar em dia os projetos aqui na Câmara”, disse.
Debate vai para as ruas
A tendência é que, esvaziada a pauta na segunda reunião para analisar projetos parados na Câmara, os vereadores vão às ruas para dar início à campanha pela reeleição ou pelo apoio a candidaturas. De acordo com o vereador Sérgio Pinho Tavares (MDB), o debate de ideias será levado para as ruas na disputa pelo eleitorado.
“O debate daqui a poucos dias vai estar colocado na rua, nas questões, nas disputas eleitorais, que também são naturais, mas eu acho que aqui, internamente, essa calmaria é fruto do término dos dois processos de cassação e da forma como as coisas têm sido conduzidas aqui na Câmara. Qualquer projeto que a gente esteja discutindo agora foi debatido com transparência, com clareza, de uma forma muito democrática no Colégio de Líderes”, disse.
A próxima reunião na Câmara para a análise de projetos de lei está marcada para a próxima terça-feira (13).