O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o seu secretário, Marcelo Aro (PP), estarão em lados opostos na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. Isso acontece porque Zema se uniu ao seu adversário na disputa pelo Governo, em 2022, Alexandre Kalil, para apoiar a candidatura de Mauro Tramonte (Republicanos).
Além do Governo, Zema e Kalil eram opositores no cenário nacional. O governador de Minas Gerais apoiou a reeleição do presidente, Jair Bolsonaro (PL). Já Kalil subiu no palanque para pedir votos para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Pré-candidata à prefeitura, Luisa Barreto (Novo), desistiu da candidatura para ser vice na chapa de Tramonte. Ela é autora de críticas duras contra Kalil na disputa pela prefeitura da capital em 2020. Apesar disso, ela ressaltou que não vê “incoerência política” ao se juntar a Kalil.
Considerado um dos secretários mais importantes do Governo, Marcelo Aro (PP), secretário-chefe da Casa Civil, não está seguindo o caminho do Governador Romeu Zema e também não está apoiando a candidatura da colega Luísa Barreto, secretária de planejamento do Estado.
Aro escolheu apoiar um adversário do governador na disputa pela prefeitura da capital.
O grupo político chamado de “Família Aro” está apoiando a candidatura do senador Carlos Viana, que fez críticas à união de Zema e Kalil. O senador chamou a união em torno da candidatura de Tramonte de “boi de três cabeças”.
O grupo, chefiado por Aro, tem representantes na Câmara dos Vereadores de BH, Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Câmara dos Deputados e agora no Senado Federal, com a chegada do senador Castellar Neto.
Em entrevista à Itatiaia, Castelar afirmou que este é o grupo político mais forte de Minas Gerais.
"É um grupo liderado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Aro, que eu considero um irmão de vida. Sem dúvida nenhuma o grupo político mais forte do estado de Minas Gerais, que tem a maior participação na Câmara Municipal de Belo Horizonte, que tem vários deputados estaduais e federais que agora tem no senado federal e que lança o nome do senador Carlos Viana na prefeitura de Belo Horizonte. Não simplesmente em função da minha condição de suplente, mas principalmente por acreditar no senador Carlos Viana e por reconhecer nele as qualidades necessárias pra exercer um bom mandato aqui em Belo Horizonte”, afirma o senador Castellar Neto.
Zema e Kalil
A união entre Zema e Kalil já provoca desconfortos internos no partido do Governador
Na tarde deste domingo (4), o Diretório Nacional do Partido Novo divulgou uma nota dizendo que foi surpreendido com a chegada de Kalil ao grupo que apoia Mauro Tramonte.
“O acordo político em torno da candidatura de Mauro Tramonte para prefeito de Belo Horizonte, tendo Luísa Barreto, do Novo, como candidata a vice-prefeita, foi estabelecido entre o Novo e o Republicanos, partido de Tramonte e também do governador Tarcísio de Freitas. Somente após o acordo firmado, todos foram surpreendidos com a filiação de Alexandre Kalil, nosso adversário político, ao Republicanos”, diz a nota do Novo.
“Esperamos que a escolha de Kalil em mudar de lado não seja fruto de oportunismo político, mas de uma reflexão genuína a respeito dos péssimos resultados apresentados por sua gestão na Prefeitura de BH”, concluiu a nota.
Após a Direção Nacional do Partido Novo se dizer surpresa com a filiação de Alexandre Kalil ao Republicanos, o ex-prefeito de Belo Horizonte afirmou, em sua conta no X, que a legenda só está na chapa do candidato Mauro Tramonte porque ele aprovou a parceria.
“O Novo soltou uma nota hoje me citando. Minha resposta: oportunista é quem vem depois, querendo pegar carona na minha popularidade em Belo Horizonte. O Novo só está na chapa porque eu não vetei”, postou.