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Zema elege Regime de Recuperação Fiscal como prioridade para novo mandato e espera ‘montar base’ na Assembleia

Governador toma posse neste domingo (1º) após ter sido reeleito para comandar estado até 2026

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), toma posse neste domingo (1º) para um novo mandato que vai até 2026. Em pronunciamento feito na Assembleia Legislativa, Zema elencou suas prioridades para o segundo mandato, que começa hoje.

De acordo com ele, o estado deverá priorizar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e a formalização de um acordo com a mineradora Samarco e suas controladoras (Vale e BHP Billiton) para garantir compensação financeira por conta do rompimento de uma barragem em Mariana, em 2015.

Ele também citou a construção de hospitais regionais, reforço na segurança pública e a construção do metrô de Belo Horizonte e do Rodoanel metropolitano como objetivos da gestão

Leia o que disse o governador de Minas Gerais em primeiro discurso antes da posse

“Eu destaco entre as realizações que nós precisamos avançar aqui: é a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, que vai propiciar o equilíbrio nas contas públicas e consequentemente o Estado ter condições de fazer os investimentos necessários que os mineiros precisam tanto, e além, é lógico, previsibilidade, quem quer voltar para situação catastrófica, caótica que nós tínhamos quatro anos atrás?”, questionou, em referência ao mandato do ex-governador Fernando Pimentel (PT), que o antecedeu.

O Regime de Recuperação Fiscal, citado pelo governador é um conjunto de medidas de ajuste fiscal e renegociação da dívida com a União. A proposta não tramitou na Assembleia de Minas, mas Zema conseguiu uma autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para negociar o regime diretamente com o Ministério da Economia.

Zema ainda citou o acordo de Mariana, construção dos hospitais regionais e as obras de mobilidade (como o metrô de Belo Horizonte e o Rodoanel) como prioridade para os próximos quatro anos.

Apoio na Assembleia

Zema abriu seu pronunciamento agradecendo ao apoio de dez partidos políticos que o apoiaram nas eleições de 2022 e destacou o objetivo de formar uma base sólida de governo no Legislativo, uma de suas dificuldades durante o primeiro mandato.

“Essa união dos partidos demonstra que eu cheguei aqui para esse segundo governo em uma situação muito diferente do primeiro, se eu citasse os partidos que me apoiaram quatro anos atrás eu citaria apenas o partido Novo. Então, isso, vai possibilitar a esse novo governo uma base aqui na Assembleia e consequentemente muito mais realizações”, afirmou.

A falta de uma base de governo consistente nos últimos quatro anos foram impeditivos para que o governo Zema pudesse levar à frente promessas de campanha de 2018, como a privatização de empresas estatais, além do próprio Regime de Recuperação Fiscal, que sequer foi colocado em pauta pelo presidente da Assembleia, deputado Agostinho Patrus (PSD).

Posse

Após o pronunciamento, Zema foi recebido por uma comissão de deputados estaduais e conduzido até o Plenário da Assembleia, onde entregou sua declaração de bens, assinou o termo de posse e fez um novo discurso.

Dessa vez, Zema fez uma comparação com a posse de 1º de janeiro de 2019, quando assumiu o governo.

“Assumi o governo de Minas Gerais em uma situação de total descrença com a política, em um dos piores momentos da história desse estado. As galerias estavam lotadas de prefeitos em greve simbólica, que protestavam contra um calote inédito provocado pelo Executivo estadual passado. As manifestações que emergiam transformaram o momento solene em cobrança, justa, é verdade, mas que, naquele momento, sequer havia tomado conhecimento do seu tamanho”, afirmou. “Portanto, desde o primeiro minuto da minha gestão fui cobrado e sabia que teria um desafio extraordinário para colocar nosso estado nos trilhos”, completou.

Zema também citou o rompimento da barragem de Brumadinho, ocorrido em 2019, ainda no seu primeiro mês de gestão e as dificuldades provocadas pela pandemia, no seu segundo ano de governo.

“A partir do meu segundo ano de gestão também enfrentamos a maior pandemia dos últimos cem anos, que nos colocou sob pressão, a ponto de em determinado momento ter que exigir restrições para o bem-estar coletivo, entramos em estado de calamidade pública, movemos forças imensuráveis para comprar equipamentos, abrir leitos, contratar médicos e reduzir os impactos da enorme crise sanitária e social. Fizemos a maior operação de vacinação da história”, disse.

Após a cerimônia de posse na Assembleia, Zema segue para o Palácio das Artes, o de participa de um evento de recondução ao cargo organizado pelo Governo de Minas.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
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