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PF tem sede atacada em Brasília e segurança é reforçada em hotel onde Lula está hospedado

Carros e até um ônibus foram queimados próximo à sede da Polícia Federal após prisão de liderança indígena que apoia Bolsonaro

Um grupo de pessoas tentou invadir a sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, no Distrito Federal, no início da noite desta segunda-feira (12). Ao menos dez veículos teriam sido queimados na região, entre eles um ônibus, por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Imagens que circulam nas redes sociais mostram confusão próxima à sede da PF e veículos queimados. A reportagem entrou em contato com a Polícia Federal e a Polícia Militar do Distrito Federal.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro protestavam em frente à sede da PF contra a prisão de uma liderança indígena, na tarde de hoje, dia em que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), foram diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

José Acácio Serere Xavante, conhecido como Cacique de Sererê, apoiador de Bolsonaro, teve pedido de prisão determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Cacique preso

Em nota, o STF afirmou que a liderança indígena foi presa nesta segunda-feira (12), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O apoiador do presidente Bolsonaro, teria utilizado da sua posição de cacique do Povo Xavante para “arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso”.

Além disso, ele teria realizado manifestações antidemocráticas em diversos locais de Brasília, em frente ao Congresso Nacional, teria invadido a área de embarque do Aeroporto Internacional de Brasília e, inclusive, em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Geraldo Alckmin (PSB). A segurança foi reforçada próximo ao hotel onde eles se encontram neste momento.

“A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, afirmou a PGR no pedido de prisão apresentado ao ministro Alexandre de Moraes.

Ainda segundo o STF, o Cacique de Serere “convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos”. A cerimônia de diplomação ocorreu na tarde de hoje, na sede do TSE.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
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