A semana será decisiva para Minas Gerais no setor de infraestrutura rodoviária. Com três leilões marcados entre esta segunda-feira (8) e sexta-feira (12), o estado espera driblar o cenário de incertezas econômicas e garantir cerca de R$ 10 bilhões em investimentos para os próximos anos.
O primeiro trecho a ser leiloado será o Lote Triângulo Mineiro, com 627 quilômetros de rodovias entre as cidades de Patrocínio, Uberlândia e Araxá, com previsão de R$ 3,2 bilhões de investimentos em melhorias nas estradas da região.
O leilão acontece em sessão pública na tarde desta segunda-feira (8), às 14 horas, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A concessionária será responsável pelo trecho será responsável pela duplicação de 36 quilômetros e implantação de 55 quilômetros de faixas adicionais, além de instalação de acostamentos, passarelas e 13 quilômetros de pavimentação.
Fazem parte do lote trechos das rodovias BR-452, BR-365, CMG-452, CMG-462, LMG-782, LMG-798, LMG-812, MG-190 e MG-427.
O consórcio Infraestrutura MG, formado pelas empresas Equipave e Perfin, foi o único que entregou uma proposta pelo ativo e deve assumir a gestão do trecho pelos próximos 30 anos. O leilão será de modelo híbrido: o grupo interessado pode oferecer um desconto na tarifa de pedágio (até 15%) e também apresentar o valor previsto da outorga.
Sul de Minas
O segundo trecho que será leiloado nesta semana é o Lote Sul de Minas, que tem sessão pública marcada para sexta-feira (12), às 14 horas, na B3. A concessão será uma Parceria Público Privada (PPP) que vai administrar 454,3 quilômetros de estradas estaduais entre as cidades de Pouso Alegre, Itajubá e Poços de Caldas.
O investimento previsto para essas rodovias do Sul de Minas é de R$ 2,3 bilhões por parte do setor privado e o governo estadual investirá R$ 446 milhões (recursos que virão da concessão do Triângulo Mineiro).
Balanço
O secretário de Estado de Infraestrutura, Fernando Marcato, afirmou que os três projetos tiveram empresas interessadas e por isso a expectativa é que as concessões sejam bem sucedidas, destravando investimentos no setor rodoviário em Minas.
“A expectativa dos três leilões é bastante positiva, todos os leilões que foram feitos pelo governo tiveram concorrências, tiveram interessados, esperamos ter também nestes 3 leilão agora”, diz Marcato.
Ele ressalta que o projeto do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte é o projeto mais complexo que será apresentado à iniciativa privada, mas comemora o interesse do setor em assumir a obra.
“O Rodoanel nós sabemos que é o projeto mais complexo do estado, e diria que é um dos projetos mais complexos do Brasil. O perfil das empresas são empresas internacionais que tem conversado conosco, que estão interessadas, algumas delas nós encontramos em visitas que fizemos na Europa”, explica o secretário de Infraestrutura.
Marcato diz que os leilões desta semana representam o fim de um ciclo de quatro anos em que o governo de Minas conseguiu realizar nove concessões. “A expectativa é concluir um ciclo que teve início no governo Romeu Zema. Se olharmos o balanço das concessões do estado, o que o governo fez entre 2003 e 2018, desde a primeira lei de PPPs no estado, foram nove contratos de concessão. A atual gestão, de 2019 até agora, vai fazer mais nove. O que foi feito em 15 anos nós vamos fazer em quatro anos. Ficamos feliz que Minas volta a ser referência na área de concessões e parcerias público privadas”
Rodoanel
O principal projeto que será ofertado nesta semana é o Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte. Considerado o maior projeto rodoviário da história de Minas, com uma extensão de 100 quilômetros e investimentos de mais de R$ 5 bilhões, a rodovia é apontada pelo governo estadual como solução para os constantes acidentes no Anel Rodoviário da capital mineira.
Após muitas disputas judiciais, adiamentos e críticas das prefeituras de Contagem e Betim, o leilão do Rodoanel está marcado para sexta-feira (12), também na Bolsa de São Paulo, às 14 horas.
A secretaria de Infraestrutura aposta no Rodoanel, estrada que terá quatro alças ligando as BRs 381, 262 e 040, como forma de retirar o trânsito pesado de caminhões e carretas do Anel Rodoviário.
A obra será feita por meio de uma parceria-pública-privada (PPP). A empresa vencedora será responsável pela elaboração dos projetos, construção da nova rodovia e operação pelos próximos 30 anos.
Para viabilizar o Rodoanel, o estado prevê investimentos de R$ 3 bilhões, recurso do acordo de reparação firmado com a mineradora Vale em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho. A empresa que assumir o trecho vai investir mais R$ 2 bilhões.
A prefeitura de Contagem alega que a obra trará problemas ambientais na Área de Proteção Ambiental (APA) de Várzea das Flores. A secretaria de Infraestrutura diz que todas as licenças ambientais serão discutidas na fase de elaboração dos projetos.