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Descubra como criar um viveiro seguro e confortável aves domésticas

Com planejamento e cuidados adequados, é possível proporcionar um ambiente seguro, estimulante e saudável para os animais

Aves domésticas precisam de um viveiro adequado para terem saúde, qualidade de vida, comportamento positivo e longevidade.

Segundo a World Animal Protection (WAP), “as aves são seres inteligentes e sociais que precisam expressar comportamentos naturais como voar, explorar e interagir com o ambiente”.

Por isso, o espaço precisa ser adaptado às necessidades específicas de cada espécie, mas num geral, os tutores devem estar atentos a espaço para voo, para descanso e para atividades naturais.

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Antes de tudo, local e tamanho

O local do viveiro deve ser longe de correntes de ar, exposição direta ao sol por longos períodos e proximidade de ambientes com vapores ou fumaças prejudiciais, como cozinhas.

O viveiro deve ser instalado num local tranquilo, com iluminação natural indireta e proteção contra intempéries, como chuvas.

Quanto ao tamanho, a orientação geral é que quanto maior, melhor. O viveiro precisa permitir que as aves voem e se movimentem livremente, e contar com espaço suficiente para poleiros, brinquedos e comedouros.

De acordo com o Manual de Boas Práticas para Criação de Aves Ornamentais, publicado pelo Ministério da Agricultura (Mapa), “o espaço deve ser proporcional à espécie, de forma a garantir movimentação e atividades de voo”.

Uma regra prática é calcular a altura como seis vezes o tamanho da maior ave e a largura como três vezes a envergadura total das asas. Isso proporciona conforto e evita o estresse, que pode desencadear outros males.

Materiais e acessórios

Para garantir a segurança das aves, os materiais utilizados devem ser escolhidos com cuidado. Deve-se evitar metais que possam oxidar ou liberar substâncias tóxicas, como o chumbo, e madeiras que soltem lascas ou resinas nocivas.

O aço inoxidável e madeiras tratadas são os mais indicados, segundo orientações do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP).

Além da estrutura, é essencial enriquecer o ambiente com acessórios que estimulem comportamentos naturais, como:

  • Poleiros de diferentes espessuras e materiais, para exercitar as patas;
  • Brinquedos, como cordas e sinos, para manter a ave entretida;
  • Escadas e balanços para atividades físicas;
  • Banheiras para higienização natural;
  • Comedouros e bebedouros dispostos estrategicamente para evitar a contaminação.

Segundo a ONG Proteção Animal Mundial, “o enriquecimento ambiental previne o tédio, melhora a saúde mental e reduz comportamentos agressivos ou autodestrutivos”.

Manutenção e cuidados com o viveiro e a ave

A manutenção do viveiro é uma das responsabilidades mais básicas dos tutores e deve ser feita diariamente, principalmente nos comedouros e bebedouros.

A remoção de resíduos e fezes, além da troca da água da “banheira”, são práticas obrigatoriamente diárias.

Tutores mais precavidos também devem providenciar uma inspeção periódica para verificar desgastes na estrutura e, com isso, evitar fugas ou acidentes.

A socialização da ave também é um aspecto relevante. Algumas espécies, como periquitos e calopsitas, são altamente sociáveis e precisam da companhia de outras aves. Outras, mais territoriais, podem requerer ambientes separados.

Segundo o médico veterinário André Mascarenhas, em nota publicada pelo CRMV-SP: “o comportamento das aves deve ser avaliado constantemente para identificar sinais de estresse ou doenças, como apatia, perda de penas e alterações na alimentação”.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.
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