Ouvindo...

Artista denuncia abordagem da fiscalização durante intervenção com xilogravuras em praça de Mariana

Prefeitura aplicaria Código de Posturas para enquadrar varal de arte como “crime ambiental”; caso repercute entre moradores

O artista Bruno Miné, de 30 anos, relatou ter sido abordado por um fiscal da Prefeitura de Mariana enquanto realizava uma intervenção com xilogravuras na Praça Gomes Freire, no Centro Histórico do município, no último sábado (14). Segundo ele, a ação foi classificada como “crime ambiental” com base no Código de Posturas do município.

De acordo com Bruno, que atua com arte de rua há três anos, esta foi a primeira vez que enfrentou esse tipo de abordagem. Ele afirma que instalou um varal com suas obras na praça no início da tarde e permaneceu no local por cerca de 30 minutos até ser interpelado por um fiscal inicialmente descaracterizado, que solicitou a retirada de parte da instalação. Minutos depois, o mesmo fiscal teria retornado uniformizado e apresentado o dispositivo legal que enquadraria a atividade como irregular, mencionando a possibilidade de multa de até R$ 4 mil.

O artista desmontou o varal e deixou o local, mas afirmou que a experiência causou desconforto e motivou questionamentos à Secretaria de Cultura e Turismo. Ele defende o uso do espaço público para expressões culturais e ressalta que não causou qualquer dano à praça. Bruno argumenta que a prática do varal de cordel tem valor artístico e cultural e representa uma alternativa diante da falta de espaços institucionais para exposições de arte visual na cidade.

O caso repercutiu nas redes sociais e entre moradores de Mariana. A xilogravura, utilizada por Bruno, é uma técnica de impressão tradicionalmente associada à literatura de cordel e reconhecida como expressão da cultura popular brasileira.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a Prefeitura de Mariana e aguarda posicionamento oficial.

Leia também