O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento desde a infância, impactando a comunicação, a interação social e o comportamento. As manifestações do TEA são diversas, variando de dificuldades na fala e na compreensão de normas sociais até comportamentos repetitivos e hipersensibilidade sensorial. Estima-se que, globalmente, uma em cada 100 pessoas esteja dentro do espectro autista.
Em Minas Gerais, diversas iniciativas têm sido implementadas para apoiar indivíduos com TEA e suas famílias. Em 2023, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) investiu R$ 9,3 milhões na criação de parques multissensoriais em Centros Especializados em Reabilitação (CER) por todo o estado. Esses espaços oferecem estímulos sensoriais variados, auxiliando no tratamento de pessoas com transtornos do neurodesenvolvimento e dificuldades de aprendizagem.
Além disso, em abril de 2023, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou projetos de lei voltados para a comunidade autista. Um deles propõe a substituição de sirenes e alarmes sonoros nas escolas por sinais musicais adequados aos alunos com TEA, visando criar um ambiente escolar mais inclusivo. Outro projeto estabelece o Sistema Estadual de Atendimento Integrado à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, que busca garantir atendimento especializado e promover a inclusão social desses indivíduos. A Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) é outra iniciativa de destaque em Minas Gerais. Até abril de 2024, mais de 8.600 carteiras foram emitidas em 508 municípios mineiros. Esse documento assegura atendimento prioritário em serviços públicos e privados, promovendo maior inclusão e reconhecimento dos direitos das pessoas com TEA.
No âmbito acadêmico, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) firmou parceria com a Prefeitura de Nova Lima para criar um centro integrado de reabilitação e estimulação para pessoas com TEA e deficiências intelectuais. O projeto visa oferecer serviços especializados e multidisciplinares de saúde, além de servir como campo de formação para estudantes e profissionais da área. A Federação das APAEs de Minas Gerais também está engajada na causa, iniciando pesquisas que utilizam tecnologia na reabilitação de crianças com TEA.
Essas iniciativas refletem o compromisso de Minas Gerais em promover a inclusão e oferecer suporte adequado às pessoas com autismo, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária.