Na madrugada do último dia 14, Inaiê, moradora de Mariana, foi brutalmente agredida em um ataque de transfobia. O crime aconteceu quando ela retornava de uma festa e decidiu parar em um bar próximo à sua casa para comprar uma última cerveja antes de ir embora. Ela publicou seu relato nas redes sociais:
“Bem na porta da saída do bar, um homem de camisa vermelha começa a me xingar, me chamando de ‘traveco’, de viado. Nesse momento eu pedi para que ele me respeitasse, porque ele não me conhecia e dei de costas porque eu já estava saindo do bar. No que eu dei de costa, alguém puxou meu cabelo. Eu caí ao chão e comecei a ser espancada por mais ou menos cinco ou seis pessoas.”
“Um casal me ajudou, me levou para o outro lado da rua, no outro lado da rua, tentando me ajeitar e entender o que estava acontecendo. Essas mesmas pessoas vieram novamente para me agredir, só que dessa vez eles estavam com o meu telefone.”
Ainda tentando entender o ocorrido e buscando forças para ir para casa, Inaiê ouviu um alerta da mulher do casal que a ajudou. Ela dizia para correr, pois o grupo estava retornando. Durante a fuga, caiu e foi alcançada novamente. O ataque continuou, com três homens e uma mulher desferindo golpes e proferindo insultos transfóbicos.
“Eu tô viva, tô com ódio e eu vou até o final para que a justiça seja feita e para que nenhuma outra mulher trans, travesti, homem trans, que ninguém possa passar por isso. Eu sabia. Eu sentia que um dia isso ia chegar, que um dia isso ia acontecer comigo. Porque é isso. Eu nunca vou ser passável. Eu sou travesti.”
Por meio das redes sociais, ela divulgou o ocorrido e pediu apoio para encontrar essas testemunhas. Em seu relato, destacou a importância de lutar por justiça e impedir que crimes como esse se repitam. O caso está sendo investigado, e a vítima segue buscando responsabilização dos agressores.
A prefeitura de Mariana também postou uma nota de repúdio ao ocorrido na manhã do dia 17, afirmando que a Guarda Civil de Mariana, por meio do sistema de monitoramento 24h, identificou a agressão e agiu de forma imediata. Três pessoas já foram presas e uma segue foragida.