O município de Ouro Branco decidiu adotar uma nova política de circulação de veículos pesados, exigindo a apresentação de um Estudo de Viabilidade Viária por parte das empresas antes de emitir autorizações para seu tráfego tanto dentro da cidade quanto nas rodovias que circundam o município. A iniciativa, tomada pela prefeitura em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, baseia-se em um laudo emitido em 2022 que revelou os impactos negativos do transporte de minério em rodovias públicas.
Segundo o documento, além dos problemas no trânsito, como a redução da velocidade dos caminhões comprometendo a fluidez e os danos ao asfalto, o intenso fluxo de veículos pesados tem causado impactos ambientais significativos, especialmente no Parque Estadual Serra de Ouro Branco, localizado às margens da rodovia MG-129. A equipe da reportagem da Itatiaia teve a oportunidade de conversar com Neylor Aarão, secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Ouro Branco, que explicou as medidas adotadas pelo município para mitigar os danos.
“A situação em que vivemos constantemente mostra que as rodovias estão sobrecarregadas com um excesso de caminhões de mineração. As mineradoras estão utilizando as vias públicas como se fossem exclusivas para o transporte de minério”, destacou o secretário.
Além das ações implementadas em Ouro Branco, a Secretaria de Meio Ambiente do município também enviou uma recomendação à Secretaria de Estado, solicitando a adoção de procedimentos de Estudo de Viabilidade Viária para empresas que utilizam intensivamente as vias públicas, uma vez que alguns empreendimentos estão localizados nos municípios vizinhos de Congonhas e Ouro Preto, mas impactam diretamente Ouro Branco.
“Estamos encaminhando todo esse estudo ao Ministério Público, comprovando que o transporte de minério acarreta grandes impactos ambientais, sociais, econômicos, prejuízos ao patrimônio público e danos a terceiros”, confirmou Neylor.