O
governo nigeriano anunciou, neste domingo (2), que aceitaria um eventual apoio militar dos Estados Unidos no combate a
grupos extremistas islâmicos que atuam no país. O porta-voz da presidência, Daniel Bwala, afirmou, no entanto, que a interferência seria autorizada desde que a “integridade territorial” e a soberania nacional fossem respeitadas.
As declarações são uma resposta às
ameaças de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. O republicano chegou a declarar que pediu ao
Departamento de Defesa dos EUA uma ação “rápida” contra a Nigéria, após uma série de ataques contra cristãos.
As falas da Casa Branca provocaram uma reação do presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu. Nas redes sociais, no último sábado (1º), ele afirmou que a classificação da Nigéria como um país que pratica
intolerância religiosa não reflete a realidade nacional. “Liberdade religiosa e tolerância têm sido um princípio fundamental da nossa identidade coletiva e sempre serão”, escreveu.
Na sexta-feira (31), Trump publicou também nas redes sociais que o cristianismo enfrentava uma “ameaça existencial” no território nigeriano, responsabilizando “islamitas radicais” pelo que chamou de “massacre”.
A Nigéria tem mais de 200 milhões de habitantes e é dividida entre as regiões Norte, de maioria muçulmana, e Sul, predominantemente cristã. Há mais de 15 anos, o país enfrenta uma insurgência jihadista liderada por grupos extremistas como Boko Haram e o Estado Islâmico da
África Ocidental.