O mercado de ações e o petróleo acentuaram suas perdas nesta sexta-feira (4) e Wall Street registrou suas piores quedas desde os primeiros dias da pandemia de Covid-19, em 2020, em meio às
Nesta sexta, a
“Os investidores estão em uma fase de ‘tirar o dinheiro agora’, temendo que outros países sigam o exemplo da China, e também com medo de que o presidente dos Estados Unidos responda às tarifas da China com ainda mais impostos”, disse Chris Beauchamp, analista-chefe de mercado da IG, à AFP.
“Esta guerra comercial é diferente de tudo o que vimos nos últimos anos, talvez décadas”, acrescentou. Na Ásia, os investidores continuaram vendendo ações em massa. Tóquio fechou em queda de 2,75% e as ações das montadoras tiveram declínios consideráveis, com a Toyota caindo 4% e a Nissan e a Honda retraindo mais de 5%.
A tendência de queda também foi perceptível em Seul, que recuou 0,86%, e em Sydney, onde o mercado de ações contraiu 2,44%. As bolsas chinesas ficaram fechadas devido ao feriado.
Na Europa, após grandes perdas no dia anterior, o anúncio de que a China imporá tarifas adicionais de 34% sobre os produtos dos EUA abalou fortemente os mercados e, poucos minutos depois, a bolsa de valores de Frankfurt caiu 5%, Paris perdeu 4,2% e Londres cedeu 3,9%. Às 14:13 GMT (11h13 em Brasília), o Ibex-35 estava em queda de 6,11%.
O anúncio também afetou o petróleo, que havia acumulado perdas no dia anterior, e durante as negociações de sexta-feira o petróleo Brent do Mar do Norte caiu para US$ 68,06 (R$ 388, na cotação atual) por barril, o menor valor desde dezembro de 2021. Às 13:30 GMT, este índice estava sendo negociado em queda de 6,6%, a cerca de US$ 65,45 (R$ 373).
Enquanto isso, o petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência dos EUA, cedeu 7,4%, a 62,02 dólares (R$ 354).
“Onda expansiva”
“O 2 de abril continuará sendo um ponto de virada na história do comércio mundial. Os anúncios de Donald Trump desencadearam uma onda expansiva”, declarou John Plassard, um especialista em investimentos da Mirabaud.
Os novos impostos anunciados pelos EUA oscilam de acordo com os países entre um mínimo de 10% e um acumulado de 54% no caso da China. Os produtos da União Europeia estarão sujeitos a taxas de 20%.
Trump confirmou nesta sexta que não mudará de rumo e disse aos investidores que “nunca” mudará suas políticas.
“Os mercados tiveram novos calafrios quando a ameaça de retaliação da China se concretizou”, explicou Susannah Streeter, da Hargreaves Lansdown.
“A grande preocupação é que isso seja um sinal de uma escalada acentuada da guerra tarifária que terá grandes implicações para a economia global”, acrescentou. (Com AFP)