Mais de 6,3 milhões de pessoas podem morrer por HIV até 2029 se os Estados Unidos parar de contribuir com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), é o que diz comunicado da organização. Isso porque há mais de 20 anos, o país colabora pelo Plano de Emergência do Presidente dos EUA para Alívio da AIDS (PEPFAR) investindo em programas de combate à doença em 55 países.
“A importância da contribuição dos Estados Unidos para a resposta global ao HIV não pode ser exagerada. Desde sua criação em 2003, o PEPFAR salvou mais de 26 milhões de vidas ao investir em programas essenciais de prevenção, tratamento, assistência e apoio ao HIV em 55 países”, informou a UNAIDS.
Os dados são evidenciados pela organização após o presidente Donald Trump cortar o financiamento de ajudas externas por 90 dias. “Essa pausa afetou a capacidade do PEPFAR de dar continuidade aos programas e serviços para milhões de pessoas que vivem com o HIV e são afetadas por ele”, pontua a organização.
Ainda segundo a UNAIDS, em dezembro de 2024, o governo dos EUA apoiou mais de 20 milhões de pessoas - destas 560 mil eram crianças de 0 a 14 anos. O PEPFAR atua principalmente em países africanos.
“Se o PEPFAR fosse permanentemente interrompido, o UNAIDS estima que haveria mais 6,3 milhões de mortes relacionadas à AIDS, 3,4 milhões de órfãos da AIDS, 350.000 novas infecções por HIV entre crianças e mais 8,7 milhões de novas infecções em adultos até 2029", divulgou a UNAIDS.
Controle da HIV no Brasil
No Brasil, os serviços de controle e combate ao HIV são feitos pelo Sistema Único de Saúde e, por isso, não serão impactados com as medidas de Donald Trump.
“O Sistema Único de Saúde (SUS) garante acesso universal e gratuito ininterrupto e serviços de saúde, incluindo diagnóstico, tratamento e prevenção do HIV a todas as pessoas que vivem no Brasil. O Brasil é um líder internacional na resposta ao HIV. Foi o primeiro país a oferecer tratamento antirretroviral gratuito às pessoas que vivem com o HIV como um direito garantido pela Lei nº 9.313 de 1996”, aponta a UNAIDS.
