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Francesa dopada para ser estuprada contraiu quatro infecções sexualmente transmissíveis

Dominique Pélicot, ex-marido da vítima, e 50 homens acusados de estuprá-la estão sendo julgados; filha do casal afirmou que o pai é “um dos maiores criminosos sexuais dos últimos 20 anos”

Gisèle Pélicot, a francesa que era dopada pelo marido para ser estuprada por estranhos, contraiu quatro infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) por causa dos abusos. A informação foi revelada pela perita criminal responsável por realizar os exames ginecológicos e clínicos da vítima após os estupros serem descobertos.

A médica detalhou a situação da saúde de Gisèle durante o quarto dia de julgamento de Dominique Pélicot, ex-marido da vítima, e de 50 homens, com idades entre 26 e 40 anos, acusados de estuprá-la.

“Ela escapou milagrosamente da contaminação pelo HIV e pelas hepatites B e C, mas contraiu quatro doenças sexualmente transmissíveis, necessitando de tratamento com antibióticos, incluindo um por via intramuscular”, disse.

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‘Pior criminoso sexual dos últimos anos’, disse filha

Ainda durante o julgamento, a filha do casal, Caroline Darian, disse que o pai é “um dos maiores criminosos sexuais dos últimos 20 anos”.Darian relembrou como sua vida “mudou” no dia 2 de novembro de 2020, quando soube dos fatos. Sua mãe ligou para contar que havia sido vítima de estupro por anos.

“Minha mãe me disse: ‘Passei quase o dia inteiro na delegacia. Seu pai me drogou para me estuprar com estranhos’”, contou a filha. “Liguei para meus irmãos. Nos sentimos indefesos. Choramos. Não entendemos o que estava acontecendo. Sofremos uma dor que não desejo a ninguém”, acrescentou Caroline Darian, entre lágrimas.

Um dia depois, em 3 de novembro de 2020, a polícia de Carpentras, no sul da França, explica aos três irmãos que “entre 30 e 50" homens estupraram sua mãe Gisèle Pelicot.

No final das investigações, foi estimado que 72 homens abusaram sexualmente de Pelicot entre julho de 2011 e outubro de 2020, dos quais apenas 50 puderam ser identificados. Dezoito deles estão em prisão preventiva. Os acusados têm perfis diversos: bombeiro, artesão, enfermeiro, agente penitenciário, jornalista, eletricista...; solteiros, casados, divorciados.

Vítima descobriu que era estuprada há 10 anos após marido ser preso

Gisèle P. soube dos estupros aos 68 anos, em 2020, quando seu marido foi flagrado em um shopping center filmando clientes por baixo de suas saias. Os investigadores encontraram em seu computador muitas fotos e vídeos da vítima, visivelmente inconsciente, enquanto dezenas de estranhos a estupravam.

Para a mulher, o processo é “terrível”, afirma Antoine Camus, um dos seus advogados, que também defende seus três filhos e cinco netos. Ela “vivenciará pela primeira vez os estupros que sofreu durante dez anos, já que não tem nenhuma lembrança”, disse Camus à AFP, antes do julgamento.

*Com informações de AFP


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