Um documento emitido pela Diretoria de Educação Escolar, responsável pela Rede Tiradentes e vinculada à Polícia Militar de Minas Gerais, gerou preocupação entre pais e responsáveis de alunos com deficiência (PCDs).
O documento determina que alunos que fazem provas adaptadas, conforme a lei, terão suas notas limitadas a 6 pontos (60%). Ou seja, mesmo que tenham um desempenho melhor, no sistema e no histórico escolar só será registrado o mínimo para aprovação.
Ainda de acordo com a medida, foi oferecida aos responsáveis a opção de que os filhos tenham a nota real atribuída. Porém não teriam assegurado o direito reconhecido em lei, às avaliações adaptadas.
Essa mudança deixou pais e responsáveis indignados e preocupados, pois consideram que a medida pode causar prejuízos pedagógicos e psicológicos aos filhos.
Além disso, a instituição se posicionou em uma nota que foi divulgada nesta terça-feira (25), em que foi indicado que houve divergências de informação. (Leia abaixo)
O caso também está sendo acompanhado na Câmara Municipal. A Itatiaia entrou em contato com Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) que informou que a gestão do Colégio Tiradentes é de responsabilidade da Polícia Militar de Minas Gerais.
Também foi feito o contato com a Polícia Militar, responsável pelo colégio, e aguarda retorno.
Pais preocupados
A Itatiaia conversou com Raquel Nazareth, mãe de dois alunos PCD’s do Colégio Tiradentes, em Juiz de Fora. Ela relatou que os pais estão sendo pegos de surpresa com a modificação, pois o comunicado está sendo feito de forma individual.
“O que mais abalou o emocional de todos foi que as avaliações dos nossos filhos vieram corrigidas, mas sem nota. Tem mães que receberam provas com corretivo em cima da nota, outras viram que a nota foi riscada com caneta. Algumas têm um coração desenhado no lugar da nota, enquanto outras simplesmente não têm nada”, afirma.
A mãe ainda disse que diante da repercussão negativa da documentação, a Diretoria de Educação Escolar, responsável pela Rede Tiradentes, emitiu um novo comunicado nesta terça-feira (25), atualizando e retificando as informações. No entanto, as informações ainda não chegaram até os pais e responsáveis.
“A Rede disponibilizou uma documentação que não parecia ser deles, o que parece que foi um erro. Mas até agora não recebemos esse documento. Disseram que fariam alterações, mas seguimos na mesma ansiedade e angústia, sem saber o que foi mudado ou se algo foi corrigido.” explica.
Nota do Colégio Tiradentes
A Diretoria de Educação Escolar esclarece que, diante de divergências na interpretação das informações contidas no Guia de Procedimentos Pedagógicos, elaborado para disciplinar a avaliação dos alunos com deficiência (PcD) na Rede CTPM, foi realizada uma atualização e retificação do documento na data de hoje.
Caso está sendo acompanhado
O caso está sendo acompanhado pela Câmara Municipal do município. Em nota, o vereador e médico Antônio Aguiar, informou que recebeu um comunicado da direção estadual dos Colégios Tiradentes, sinalizando um recuo da decisão.
Mas foi informado pelo parlamentar que, na próxima sexta-feira (28), haverá uma reunião com os pais e responsáveis de alunos PCD’s para saber o andamento do caso.