A Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Proae) da UFJF está com inscrições abertas para o Grupo Fora de Casa. O projeto tem como objetivo receber e acolher estudantes em processo de transição, vindos de outras localidades para estudar na instituição.
Os encontros serão feitos com práticas de arteterapia, de forma interativa e leves. Ao todo, serão oferecidas dez vagas, preenchidas por ordem de inscrição pelo formulário online.
O grupo começa as atividades na próxima terça-feira (28), às 14h, com encontros semanais, sempre às terças-feiras. No total, serão seis encontros, realizados no prédio anexo ao Instituto de Ciências Biológicas, onde está localizada a Proae.
Transição para a vida acadêmica
O grupo de apoio é orientado pela perspectiva da Gestalt-terapia, uma abordagem que busca compreender o significado das situações vividas pela pessoa, considerando aspectos do cotidiano, saudades de casa, sentimento de solidão e a sensação de não pertencimento.
A Itatiaia conversou com Camila de Oliveira, psicóloga da Proae, que atualmente facilitadora o Grupo Fora de Casa. Criado em 2014, o grupo foi concebido para acolher estudantes, e, ao longo dos anos, a psicóloga tem incorporado novos recursos para atender às necessidades dos alunos.
“A proposta do grupo é acolher e apoiar os estudantes nesse processo de transição. Eles precisam construir novas referências, ajustar-se a amizades, atividades, exigências e ambientes. Muitos moram sozinhos ou em repúblicas e assumem responsabilidades como cuidar da casa, da alimentação, das finanças e dos estudos. Além disso, enfrentam o grande desafio de se adaptar a uma nova cidade, com ritmos e costumes diferentes, enquanto se autorregulam nesse novo papel de estudantes do ensino superior, que demanda mais autonomia e responsabilidade em comparação ao ensino médio”, explica.
Camila também atua como orientadora, ajudando os alunos a ampliarem a consciência e participar com uma mente aberta, estimulando trocas de experiências e o exercício da empatia.
Durante sua experiência como coordenadora, a psicóloga percebeu a importância de os estudantes saírem dos ambientes tradicionais de sala de aula e evitarem ficar presos ao lado racional, explorando a criatividade.
“Percebo que é importante que os alunos saiam do ambiente de laboratório, que pode se tornar desgastante, e explorem o corpo, a criatividade e o senso estético. Isso traz vitalidade, um novo olhar para si mesmos e para as relações, além de permitir que circulem pela universidade. No grupo, surgem amizades, trocas de ideias e dicas, criando uma rede que vai além dos próprios encontros.”
*Escrita por Mayara Fernandes sob supervisão de Roberta Oliveira